"Como alguém pode deixar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a não ser por estar fraco na fé?" Esta era a pergunta que eu fazia quando achava que alguém estava prestes a deixar o barco da única igreja verdadeira.
Infância e Adolescência
Minha história pessoal se confunde e se mescla com a história da igreja nas últimas quatro décadas no Brasil. Na minha infância, um colportor levou os livros da Igreja até minha casa, de tal forma que, após alguns anos, estávamos frequentando a Igreja Adventista, onde prosseguimos nos últimos quarenta anos.
Minha história pessoal se confunde e se mescla com a história da igreja nas últimas quatro décadas no Brasil. Na minha infância, um colportor levou os livros da Igreja até minha casa, de tal forma que, após alguns anos, estávamos frequentando a Igreja Adventista, onde prosseguimos nos últimos quarenta anos.
Como dedicados 
adventistas, meus irmãos e eu participávamos de tudo na Igreja, 
inclusive do clube dos desbravadores. Aos quinze anos eu já havia lido 
“O Grande Conflito”, “Mensagens aos Jovens” e vários outros livros da 
Igreja e da sra. White. Naquela época, ainda éramos os ‘Missionários 
Voluntários’ (depois o nome mudou para Jovens Adventistas).
A Igreja Adventista que frequentei nos anos 1970
 
A Igreja que eu 
frequentei e vivi plenamente, pregava com entusiasmo várias coisas. Nos 
estudos bíblicos que recebemos e nas pregações da Igreja aprendemos que o
 papa era a cabeça da Besta do Apocalipse e a Igreja Católica era a 
Besta que emerge do Mar. A Igreja Adventista era a única igreja 
verdadeira, pois era a única que guardava os dez mandamentos de Deus. 
Além disso, tínhamos uma profetisa infalível. Fomos informados que havia
 um plano ecumênico em andamento para a união das igrejas, mas a igreja 
adventista jamais se uniria a elas, pois nem mesmo fazíamos parte do 
Conselho Mundial das Igrejas. Todas as profecias da nossa profetisa 
tinham se cumprido e outras ainda iriam se cumprir e isso nos fazia 
sentir muito seguros. 
Na época 
comentava-se muito sobre o fato da Igreja Adventista ser a segunda 
instituição mais organizada do mundo, atrás apenas da SHELL numa 
pesquisa feita nos Estados Unidos. O livro de nossa profetisa sobre a 
vida de Jesus (O Desejado de todas as nações) era considerado a melhor 
história já contada da vida de Jesus por alguém muito importante que 
trabalhava na Biblioteca do Congresso Americano. Sabíamos também que 
dentre os adventistas mais consagrados, no tempo do fim estariam os 
144.000, e cada um de nós se esforçava pra estar entre eles. 
Participávamos das 
caravanas dos Festivais de Fé, das reuniões de Koinonia e cada notícia 
mais alarmante era para nós um sinal evidente do fim do mundo e isso era
 amplamente pregado e comentado por várias semanas. Aguardávamos e 
comentávamos com ares de surpresa e inquietação qualquer notícia 
relacionada ao domingo, ansiosos pelo decreto dominical. Pois para nós, a
 guarda do domingo era um sinal da besta. Em cada sábado à tarde, líamos
 porções do livro Mensagens aos Jovens, procurando ver em qual ponto 
deveríamos nos aperfeiçoar ainda mais. 
E eu, como um ótimo
 adventista, acreditava e procurava viver plenamente tudo. Minha 
dedicação também se refletia na minha frequência, pois eu não perdia um 
único culto. Observando o meu comportamento, vários membros da Igreja 
diziam que eu deveria ir para um de nossos internatos e estudar para ser
 pastor da Igreja.
Um fato estranho
 
Mas antes que eu 
tomasse tal decisão, aconteceu algo estranho em minha Igreja, que era a 
sede do distrito em nossa cidade no interior de Santa Catarina: alguns 
membros foram afastados da Igreja pelo pastor por um motivo inusitado. O
 que me surpreendeu foi que estes irmãos eram muito zelosos e me 
pareciam adventistas e cristãos autênticos. 
Curioso, perguntei a
 um dos líderes sobre o caso e ele me disse que o motivo era 
‘apostasia’. E completando, recomendou-me que não me aproximasse de 
forma alguma desses ex-membros. Não satisfeito com a resposta, pois eu 
não podia entender como irmãos tão zelosos poderiam ter se apostatado, 
perguntei a uma pessoa que ainda era amiga de um dos (agora) 
ex-adventistas. Ela disse-me que era por que eles estavam seguindo as 
ideias de um pesquisador adventista chamado Desmond Ford que contestava 
importantes doutrinas da Igreja. Diante dessa explicação, julguei que a 
Igreja tinha procedido corretamente naquele caso e tranquilizei-me sobre
 o assunto.
No Internato
 
Fui para um de 
nossos colégios, buscando preparar-me ainda mais espiritualmente para 
seguir a carreira ministerial que me aguardava. Após concluir o segundo 
grau, transferi-me para um dos dois internatos que ofereciam o curso de 
Teologia. 
Sonho dos sonhos: 
eu, um simples jovem do interior do Brasil, estava ali no Seminário da 
Igreja que eu amava, preparando-me para ser um pastor. Tudo ocorria de 
forma maravilhosa e busquei aproveitar ao máximo o curso. Gostava muito 
das aulas do professor de Daniel e Apocalipse que frequentemente 
repetia: “Um texto fora do contexto é um pretexto”. 
Da época do teológico, além das boas lembranças, dois incidentes, completamente distintos, trouxeram-me alguma perturbação. 
Um colega de quarto
 um dia me chamou e leu um trecho de Ellen White, perguntando-me se eu 
achava que aquelas eram palavras de uma pessoa inspirada por Deus. O 
trecho em questão tratava Jesus como infantil e fraco, e eu disse ao 
colega que devia ser um erro de tradução. É claro que ele não ficou 
satisfeito, mas eu procurei ‘esquecer’ o assunto, pois não queria, 
conforme o dito popular, colocar ‘minhoca’ em minha cabeça. 
Em outra ocasião, 
um professor do Teológico, Doutor em Teologia, recém-chegado da Andrews 
University, foi afastado do curso e excluído por ensinar em classe, 
doutrinas conflitantes com as defendidas pela Igreja. Outro professor, 
também Doutor em Teologia e professor de Oratória, foi afastado do curso
 e forçado a se aposentar porque gostava de falar ‘umas verdades’ que 
desagradavam a liderança do colégio e da obra. Eu gostava destes 
professores e me entristeci com estes fatos. 
Achava essas coisas
 estranhas, mas eu era jovem e meu foco era para mim muito claro: ser 
pastor da Igreja. Formei-me e fui chamado: meu sonho estava se 
realizando.
Até que durou muito
 
Como pastor, 
aprofundei ainda mais meus estudos para preparar meus sermões e logo 
encontrei um foco para minhas mensagens: vida saudável, trabalho 
missionário, leitura dos livros do espírito de profecia e fidelidade aos
 princípios da igreja. 
Mas o conhecimento 
aliado a inteligência é perigoso na Igreja Adventista. Ao estudar com 
diligência e oração, logo começaram minhas dúvidas e inquietações em 
questões que envolviam Ellen White e as doutrinas. E das suas, uma: ou 
eu encontrava uma maneira de silenciar minhas inquietações, ou teria 
problemas. 
E durante vários 
anos eu escolhi silenciar minhas inquietações com paliativos que à época
 pareciam satisfatórios: Ellen White era uma profetiza inspirada por 
Deus – logo suas palavras tinham o mesmo peso dos profetas bíblicos; a 
Igreja devia ter um bom motivo para acreditar dessa maneira; a Igreja 
Adventista era a igreja verdadeira e cumpria um papel singular na 
história do mundo; era meu emprego, minha carreira, minha escolha de 
vida, afinal de contas. 
Outra coisa que me 
inquietava eram os erros, mandos e desmandos que eu via em diferentes 
setores da ‘obra’. Havia também uma inquietação entre vários obreiros 
das missões: o peso ‘morto’ que na época significavam as uniões, que 
apenas repassavam orientações vindas da divisão para as associações e 
missões. Mas eu novamente me tranquilizava afirmando para mim mesmo que 
‘fora’ da obra, deveria ser muito pior, e que aquelas pessoas e os 
dirigentes que faziam coisas erradas e tomavam decisões que prejudicavam
 a obra e a igreja como um todo, no juízo final teriam de Deus a justa 
recompensa por suas más obras.
Experiência Frustrante
 
Realizando uma 
semana especial sobre o Espírito de Profecia, uma das senhoras, membro 
de nossa Igreja, trouxe uma inquietação: ela estava entusiasmada com a 
semana de oração e foi tentar evangelizar seu bairro. Nessas tentativas,
 sua vizinha lhe disse que não acreditava na profetiza adventista, pois 
Ellen White era racista. 
Tranquilizei a irmã
 dizendo que aquilo era um absurdo, e que a vizinha dela mostrava apenas
 preconceito contra a Igreja e um total desconhecimento dos escritos da 
sra. White. A irmã adventista se deu por satisfeita com minha resposta 
superficial, mas eu não. Comecei a revirar meus livros em busca das 
referências sobre o assunto, disposto a provar que o que eu disse era 
correto, como era do meu costume. 
Mas fiquei 
desapontado com o que encontrei, pois mesmo considerando o contexto dos 
Estados Unidos do século XIX, aquelas afirmações presentes nos ‘escritos
 inspirados’ eram claramente racistas. Não voltei a falar no assunto com
 a irmã e fiquei feliz por que ela não me procurar para falar sobre 
isso. A partir desse incidente, minha consciência não mais me deixou 
tranquilo com relação a Ellen White e comecei a centrar minhas pregações
 apenas na Bíblia.
Administração
 
Após alguns anos, 
convidado pela própria organização, deixei o ministério e dediquei-me a 
atividades administrativas. Sentindo-me cada vez mais apto e vocacionado
 para esse tipo de trabalho (as atividades administrativas), após alguns
 comecei a considerar a possibilidade de abrir minha própria empresa num
 ramo específico de negócios. Na administração conheci mais de perto 
algumas coisas na obra com as quais muitos adventistas não concordariam.
 Comecei a desejar não trabalhar na ‘obra’. Minha família e eu oramos 
muito sobre isso. 
Após muita reflexão
 e oração, decidi deixar a obra, fundar minha empresa e servir a Deus 
como um simples membro de Igreja, atuando como fosse necessário, tanto 
fazia se fosse um professor da escola sabatina ou um ancião. Por outro 
lado, minha futura empresa parecia-me um lugar onde eu poderia criar um 
bom ‘ambiente de obra’. 
Enfim, tudo 
indicava que eu serviria melhor a Deus fora da organização. Voltei para a
 capital do meu estado e comecei meu empreendimento, sem me descuidar 
das coisas da igreja, pois além de ajudar na liderança local da 
congregação, eu dava muitos estudos bíblicos e pregava frequentemente.
Mais Inquietações
 
Livre das amarras 
organizacionais, dei vazão ao meu desejo de investigar e pesquisar 
qualquer assunto que me viesse, mantendo sempre um lema que aprendi com o
 apóstolo Paulo: “Examinai tudo, retende o que é bom”. Além dos livros, a
 internet estava agora disponível a todos e a Igreja facilitou nesse 
ponto, pois os sites organizacionais transformaram-se em ferramentas de 
informação e evangelização. 
As pesquisas 
traziam, entretanto, cada vez mais surpresas e decepções. No site da 
Igreja, com tristeza, descobri pela primeira vez que Ellen White havia 
copiado indiscriminadamente de outros autores e que, ao longo de vários 
anos e décadas, tanto ela como a administração da Igreja negaram esse 
fato. Além disso, também fiquei sabendo pela primeira vez que ela havia 
feito várias profecias que não haviam se cumprido e que deixara como 
herança para filhos, netos e bisnetos, o fruto de seu dom espiritual, 
quando em seus escritos, ela mesma recomendava o contrário. Vi pelo site
 do Centro White que ela mentira para José Bates a fim de ganhá-lo para a
 Igreja. Senti-me muito mal e de verdade, chorei por dentro. 
Minha geração foi 
educada no conceito de que Ellen White era uma cristã devota, uma pessoa
 tremendamente espiritual, inspiradora e que jamais poderia (pelo menos 
na idéia que a Igreja passara para nós) fazer coisas daquela natureza. 
Eu pensava e 
questionava: como e porque a Igreja não me contou essas coisas? Afinal 
de contas, eu havia estudado no Seminário da Igreja e, se havia algo 
para esconder dos membros de uma forma geral (o que não seria correto), 
nada deveria ser escondido dos pastores. Eu simplesmente não conseguia 
entender. 
Nessa ocasião 
descobri que a maioria dos sites na internet que falam sobre Ellen White
 pertence a ex-adventistas que criticam os escritos e o ministério dela.
Mente Aberta
 
Foi aí que uma 
simples constatação fez meu espanto e surpresa atingir o ápice: todas as
 inconsistências, incoerências, erros, mentiras e enganos estão 
apresentados nos sites oficiais da Igreja e do Espírito de Profecia, 
(logicamente) com as respectivas explicações defendendo Ellen White e os
 pontos de vista da Igreja. Em outras palavras, os administradores devem
 ter pensado: já que as críticas se baseiam em coisas, escritos e fatos 
reais, vamos colocá-los nos sites oficias da igreja, mas vamos defender 
Ellen White em cada uma das questões, acusações e problemas. 
Emagreci de 
nervosismo e tristeza, pensando durante muito tempo em como aquelas 
coisas poderiam ser possíveis. Aflito, mas com oração e genuinamente 
decidido a não permitir que aquilo abalasse minha fé, decidi investigar 
ainda mais. Por outro lado, comecei a reler a Palavra de Deus, buscando 
crescer apenas por ela. 
Decidi continuar 
minhas pesquisas da mesma forma que eu já vinha conduzindo: somente 
investigar pelas fontes da Igreja e não pelos críticos. 
Ou seja, se um 
membro decide ‘investigar’, basta ele ler as fontes bibliográficas e o 
próprio site da Igreja. Embora possa parecer simples, pois fui aos 
poucos percebendo as incoerências, acredito que a maioria dos membros 
está condicionada a ver apenas o que querem ver. 
Ao relembrar como 
eu mesmo tinha me calado e tampado meus ouvidos para coisas evidentes, 
vi que minha própria experiência revelava como as pessoas só veem o que 
estão preparadas para ver. 
Além disso, os 
adventistas não são diferentes das pessoas em geral, pois a ‘verdade’ 
para eles acaba sendo uma questão de quem dá as explicações que 
‘parecem’ mais convincentes.
Descobertas
 
Ao longo de seis meses, descobri mais sobre a Igreja Adventista e suas doutrinas do que em quase quarenta anos de adventismo. 
Não pude entender 
como eu não havia aberto os olhos para aquelas questões. Aí me lembrei 
tanto de meu colega do teológico, como daquela irmã que trouxera a mim a
 questão do racismo nos escritos inspirados e vi que, durante muitos 
anos, eu havia consciente e inconscientemente me recusado a ‘arrazoar’ e
 ‘questionar’ estes temas sensíveis.
Abalo sísmico
 
Percebi com muita 
clareza que várias doutrinas e subdoutrinas adventistas não estavam 
fundamentadas na Bíblia, mas sim nos escritos de Ellen White, como o 
decreto dominical, o juízo investigativo, a perfeição dos santos sem um 
mediador, o selo de Deus, o dízimo e ainda várias questões relativas a 
1844 e ao santuário. 
Descobri que temos 
um ‘Talmude’ Sabático Adventista, com centenas de advertências, 
indicações, regras e orientações que se deve do que não se deve fazer no
 sábado, e o quanto isso foge do simples ensinamento bíblico do sábado 
passado por Jesus Cristo. Vi que do púlpito, em variadas ocasiões 
criticamos os judeus por seu legalismo e regras absurdas sobre o sábado,
 mas com tristeza, percebi que criamos as nossas próprias regras 
legalistas. 
Claro que o sábado é
 sagrado e deve ser observado. Mas Ellen White, à semelhança dos judeus,
 tornou a observância desse dia um fardo. Eu não pensava assim, mas isso
 é porque eu não havia lido e nem tentado seguir todas as recomendações 
que ela faz. 
Descobri que os 
pioneiros adventistas não entrariam na Igreja Adventista de hoje e isso 
me chocou. Como é possível que Tiago White, José Bates, John Andrews e 
John Loughbourough não aceitariam ser adventistas? Mas isso está 
revelado na própria literatura da Igreja, em função da mudança de várias
 doutrinas.
Ellen White e a Verdade
 
Atônito com tantas 
revelações e descobertas, decidi analisar a fundo todas as informações 
divulgadas pelo Centro de Pesquisas Ellen G. White. O incrível é que no 
site oficial está tudo, tudo mesmo (www.whitestate.org). 
Há demasiadas 
evidências que mostram que ela não era de fato uma profetisa. Suas 
visões não seguem o padrão bíblico como alguns historiadores adventistas
 querem fazer parecer e ela não passa nem mesmo no teste estabelecido 
pela própria igreja para um profeta verdadeiro. 
Quando comparada 
com os profetas bíblicos, Ellen White teve visões em excesso (mais de 
duas mil) e numa infeliz coincidência, em quase todas as vezes, ela só 
tinha a visão depois de ter tido contato com pessoas ou assuntos que 
foram o tema da visão. Em outras palavras, suas visões não eram uma 
antecipação como os historiadores e teólogos tentam fazer-nos acreditar,
 mas simples ‘confirmações’ de assuntos em pauta. 
E se nos basearmos 
na narrativa oficial, ela teve até quarenta vezes mais visões do que 
todos os profetas bíblicos juntos e isso não faz o menor sentido. (EGW -
 2000 visões. Profetas e Apóstolos - 50 visões). 
Ellen White relata 
mais de cem encontros com "anjos" ao passo que, somados todos os 
encontros ou visões de todos os personagens bíblicos que envolviam 
anjos, teremos apenas quarenta e dois encontros (em toda a Bíblia). 
Ao contrário do que
 diz o livro “Nisto Cremos”, Ellen White teve visões que resultaram em  
várias afirmações e doze profecias que não se cumpriram, além de se 
contradizer diversas vezes e fazer afirmações contrárias às encontradas 
nas Escrituras. 
Ellen White 
afirmava estar sendo 'inspirada' pelo Espirito Santo e dizia que recebia
 muitas vezes 'as palavras diretamente do anjo' ao mesmo tempo em que 
copiava de outros autores sem dar-lhes o devido crédito. E ela negou 
esse fato explicita ou implicitamente diversas vezes numa atitude que 
pode ser facilmente classificada como hipocrisia ou falsidade. Ou seja, 
ela "copiava" trechos das obras de outros autores e depois afirmava 
tranquilamente que isso veio do "Senhor". 
Ellen White 
apoderou-se de escritos e pensamentos alheios para montar seus livros e 
exigiu para si direitos autorais que depois foram repassados aos seus 
filhos, netos e bisnetos. Será que há dúvidas de que ela 'comercializou'
 o dom profético ao deixar um ‘testamento’ dos direitos autorais? 
Sob 'inspiração 
divina' Ellen White afirmou verdadeiras barbaridades científicas sobre a
 amalgamação entre homens e animais, masturbação, perucas, cosméticos, 
planetas, estrelas, vulcões, etc. Também falou coisas das quais a 
maioria dos adventistas se envergonharia em questões ligadas ao racismo e
 a educação de crianças. 
Se os fiéis de 
qualquer congregação se escandalizam com os pastores que pregam o que 
não vivem, imagine o que pensariam da "mensageira do Senhor" que falava 
contra a carne e continuava fazendo uso dela? Isto sem contar as ostras,
 o camarão, a manteiga, o queijo, os ovos, etc., tudo depois da visão da
 reforma da saúde e no mesmo momento que os seus escritos recomendavam o
 contrário. Em se tratando desse assunto, por mais de quarenta anos, 
Ellen White pregou, condenou pastores, criticou membros, mas não viveu a
 mensagem de saúde. 
Fiquei pasmo ao 
saber que ela fez uso de informações passadas por terceiros para 
escrever cartas de admoestação a outras pessoas e tratava essas 
informações como vindas de Deus. E como explicar seu sonho no qual Tiago
 White, já falecido, lhe dá conselhos como numa visão espírita, e ela 
atribui isso a Deus? 
Ela disse que 
recebeu em visão as orientações divinas sobre a doutrina da porta 
fechada (doutrina que limitava a salvação ao grupo envolvido no episódio
 de 1844) e durante muitos anos pregou sobre isso. Mas depois ela mesma 
negou a validade dessa doutrina. 
Para mim foram 
muitas coisas, muitas descobertas, muita frustração, muito sofrimento 
para quem aprendeu a amar Ellen White como uma profetisa de Deus para a 
Igreja remanescente. Como fruto de minhas pesquisas surgiu um documento 
de mais de 100 páginas com todos os assuntos, comentários e itens de 
pesquisa e suas respectivas fontes (1). 
 Esclarecimento e Enfermidade 
Diante de tudo 
isso, fui forçado, não porque eu queria, mas pelo peso das evidências, a
 concluir que Ellen G. White não era uma profetiza inspirada por Deus. 
Isso não foi fácil, mas acreditar de forma diferente à luz de todas 
essas revelações a partir das fontes oficiais seria uma insanidade. 
Fiquei depressivo, 
doente e emagreci como resultado de minhas pesquisas. A Igreja e a 
profetiza que eu tanto amava tinham me decepcionado em alto grau. A 
única força que eu possuía, felizmente, estava na Bíblia e foi ela que 
me deu forças para atravessar esse período difícil de descobertas.
Muitos anos
 
Numa retrospectiva,
 percebi que durante várias décadas, eu havia sido um fiel e dedicado 
membro da igreja, tendo levado muitas pessoas a aceitarem a fé 
adventista. Eu dedicara toda a minha vida a essa Igreja. 
Aflito, resolvi me 
abrir com o pastor local, que parecia uma pessoa muito confiável e falei
 com ele das minhas inquietações. Comecei apenas com um assunto. 
Falei-lhe sobre a falta de lógica do juízo investigativo e da falta de 
embasamento bíblico para essa doutrina. Para minha surpresa, ele disse 
que não acreditava no juízo investigativo e jamais pregava sobre esse 
tema. Ufa, pensei, que bom, então podemos prosseguir. 
Então conversamos 
sobre Ellen White durante várias horas, onde eu apresentava 
progressivamente minhas dúvidas, tanto com relação ao seu dom, como aos 
seus escritos, sempre a partir das informações do site da Igreja. Ele me
 ouviu atentamente e disse que iria checar no site para ver se as coisas
 eram como eu estava falando. 
Dias depois 
encontrei-me com ele, ansioso para saber a que ponto a ‘pesquisa’ o 
havia levado. Atentamente ouvi ele me dizer que acreditava que todas 
aquelas informações faziam parte de uma grande conspiração e complô para
 desmerecer o Espírito de Profecia. Calado e incrivelmente surpreso, 
mudei de assunto e vi que a tarefa de esclarecer outros era bem mais 
difícil do que eu poderia imaginar.
Procurando Outros
 
Tentei, com muito 
critério, partilhar um pouco com outros irmãos que eu julgava 
esclarecidos, mas eles me olharam como um louco. O que estava 
acontecendo? Por que meus irmãos de fé não me davam ouvidos? Porque, 
mesmo tendo as informações disponíveis, vindas de fontes confiáveis, 
eles não buscavam saber a verdade? 
Percebi que a 
questão é intrigante e grave, e que o maior problema não era o acesso 
deles a essas informações embaraçosas. A questão era outra. 
Percebi que a 
mentalidade deles estava aprisionada no modelo de vida adventista: no 
sistema de valores, na visão estratificada, estagnada e acima de tudo 
aprisionada nos lemas e  slogans adventistas (“Nos temos a verdade"; 
"Somos o Israel moderno"; "Somos o povo da profecia"; "Temos uma luz 
maior"; "Somos a Igreja de Laodiceia") e isso praticamente os impedia de
 pensar. Isso mesmo: o adventista simplesmente aceita todo aquele 
conjunto de crenças sem pensar, sem analisar a fundo. A Igreja traz 
conforto, limites e segurança e isso é suficiente para praticamente 
todos. Para eles, a verdade de fato, ou, sendo redundante, a verdadeira 
verdade é apenas um detalhe.
Movimentos Paralelos
 
Sem dúvida, em 
minha pesquisa, acabei me deparando com movimentos independentes que se 
afastaram da Igreja por questionar alguns dos pontos que mencionei. A 
princípio pensei que, se a Igreja não tinha razão, então eles deveriam 
ter. Mas, ‘gato escaldado’, pus-me a analisar estes grupos e seus 
ensinamentos antes de me envolver com eles. Descobri que quase todos são
 ferrenhos na defesa dos escritos do Espírito de Profecia. Isso para 
mim, por si só, já invalidava os esforços deles, depois de tudo o que 
descobri de Ellen White.
O que fazer?
 
Ir a Igreja 
tornou-se um dilema, pois em cada sermão, lá vinha a mesma expressão de 
dependência e apoio nos escritos de Ellen White (“... de acordo com o 
Espírito de profecia..., a irmã White disse...”). E, com menos 
frequência, ouvia algumas pregações de doutrinas sem embasamento 
bíblico.
O que fazer?
 
Tentar esclarecer 
os outros irmãos tornou-se uma tarefa ingrata: em sua maioria, as 
pessoas não estão de fato interessadas na verdade, apenas em conforto e 
acolhimento.
Ficar ou não ficar na Igreja?
 
Em minhas pesquisas, algo me intrigava. 
Por que pessoas 
capazes e questionadoras como W.W. Prescott, Desmond Ford, Sammuelle 
Bachiochi e Raymond Cottrell apontaram ou apontam falhas em nossas 
doutrinas e interpretações proféticas e permaneceram ainda assim na 
Igreja Adventista? 
Porque Fletcher e Conradi continuaram a crer na integridade básica da mensagem adventista mesmo após serem desligados? 
Porque Walter Rea 
acreditava até o momento em que foi tirada a sua credencial de pastor, 
que poderia permanecer como obreiro na Igreja Adventista ao tentar 
‘destruir’ o mito Ellen G. White? 
Por que Dirk 
Anderson, um dos maiores críticos de Ellen G. White na atualidade, em 
seu depoimento pessoal não aconselha as pessoas a saírem da Igreja 
Adventista (pelo menos não diretamente)? 
Por quê? 
Mas está certo 
permanecer numa igreja que negou suas raízes, modificou suas doutrinas, 
apoia (com conhecimento) as inúmeras irregularidades nas questões que 
envolvem Ellen White? 
Está certo 
permanecer na Igreja depois de se conscientizar que ela se tornou mais 
legalista com relação a diversos critérios (sábado, exclusão por crenças
 individuais diferentes [trindade]) e moralmente duvidosa em outros 
(apoio do aborto em hospitais adventistas americanos, mal uso de 
recursos ‘sagrados’, acobertamento de erros e trapaças dos líderes)?
Existe uma Religião Verdadeira?
 
Existe uma Religião
 cujas doutrinas, interpretação profética e linha de ação possam ser 
analisadas ponto a ponto diante da palavra de Deus e sair completamente 
aprovada? 
Na verdade, quando 
se lê o Novo Testamento só se consegue ter certeza da existência de um 
povo espalhado pelo mundo, que constitui a “igreja de Deus e de Cristo”.
  Três textos são suficientes: 
“Mestre, vimos um homem que em Teu Nome expulsava demônios, e nós lho proibimos, porque não nos seguia. Jesus, porém, respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em Meu Nome e possa logo depois falar mal de Mim; pois quem não é contra nós, é por nós. Portanto, qualquer que vos der a beber um copo de água em Meu Nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa.” Marcos 9: 38-40 
O segundo texto é Atos 10:35: “Em cada nação Deus tem aqueles que o adoram, praticam boas obras e são aceitáveis a Ele.” 
E o último e mais 
incisivo: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é 
esta; Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se 
incontaminado do mundo”. Tiago 1:26-27. 
Assim, concluí que 
existe um povo remanescente espalhado pela face da Terra, que vive a 
virtude, crê em Deus e naquele dia maravilhoso, será levado para o céu.
Finalizando
 
Comecei essa 
narrativa de minha experiência com a pergunta "Como alguém pode deixar a
 Igreja Adventista do Sétimo Dia, a não ser por estar fraco na fé?" 
Eu sei a resposta. Pessoas fortes na fé também saem da Igreja Adventista. 
Buscando a verdade 
de coração e com fé, uma pessoa sincera e de mente aberta, ao encontrar 
as respostas, certamente deixará a Igreja Adventista, por não aceitar 
conviver com todas essas irregularidades e erros. Mas pode ser que 
alguém ainda queira permanecer para ajudar os que estão lá.
Minha Decisão: seguir a Cristo
 
Depois de muita 
reflexão, oração e conversas com minha família, decidi sair da Igreja, 
pois não encontrei um caminho melhor para seguir a Cristo. Hoje sou um 
cristão que vive plenamente a mensagem de Apocalipse 14:12 (um 
remanescente que guarda os mandamentos de Deus e mantem a fé em Jesus). 
Não quero em mim 
nenhum rótulo de Igreja e Instituições. Estou muito feliz e seguro na 
mensagem bíblica. Ainda tenho muito carinho pelos adventistas, mas não 
sou mais um deles. Sou apenas e tão somente um cristão, com muita fé em 
Deus, amor a sua palavra e satisfação de seguir a Cristo.
Abraços
Phillipe Hotman
Fonte: http://adventismoexposto.blogspot.com.br/2012/04/depoimento-de-phillipe-hotman.html
Irmão poderia me informar onde foi parar o blog ex adventistas?
ResponderExcluirIrmão Deivid,
ResponderExcluirSaudações Cristãs!
Não sei ainda porque o Blog foi retirado do ar. Também estou tentando descobrir o que ocorreu.
Saúde e paz!
Admiro sua dedicação aos estudos à busca da verdade. Que Deus o abençoe em sua caminhada.
ResponderExcluirAinda sou adventista e vejo que temos muitas coisas a mudar.
Feliz sábado caro irmão. Que Deus o abençoe em tudo.
Abraço.
Ola, eu sou "adventista de berço", estou com 26 anos agora e nunca gostei de ler os ensinamentos de Ellen White, talvez porque questão de recusa mental, meu subconsciente sempre se negou a aceita_la como profetiza, agradeço ter compartilhado a sua experiência, procurarei saber e investigar mais sobre o assunto.
ResponderExcluirTalvez seja o espírito de Deus trabalhando dentro de mim colocando uma barreira para que eu não aceite as doutrinas desta "profetiza ".
Que Deus abençoe todo o seu povo.
Bem, eu li sua história toda. Igreja perfeita não existirá nunca. Eu só sei que diante do meu estudo bíblico, comparando o novo e o velho testamento,que o Sábado não foi abolido da lei. Em oração por 40 dias eu pedi ao senhor para me mostrar a verdade sobre o sabádo. Eis que foi atendido o meu pedido de resposta.Quanto a White, gosto da sua literatura. Se foi profetiza ou não quem somos nós p julgar???
ResponderExcluirEu só sei de uma coisa, quando agente se sacrifica para acordar mais cedo e orar de todo o nosso coração nossa graça e alcançada e Deus se comunica conosco sim, de acordo com a maneira que ele quer se revelar para você. Eu sou simpatizante da adventista, vou aos cultos de vez em quando. Essa igreja me ensinou o que é ter fé, como orar de verdade e o poder da oração como nenhuma outra me ensinou. Olhe que eu freqüentei varias igrejas cristãs.
Tem coisas que é a igreja que criou daí eu não sigo.Mas o que está na Bíblia eu sigo.A carne de porco eu não como, mas o café eu bebo um copo de manhã. Concordo com os adventistas quanto a regra das alimentações mas discordo quanto ao radicalismo de excluir do cardápio todas elas,penso que é moderado o consumo. A questão de mulher não usar brinco,anel etc é radicalismo da igreja, a Bíblia não diz que a mulher deve se vestir de modo simples e sem exageros. Tanto homens quanto mulheres devem se vestir de acordo com a ocasião e lugar aonde vai.Um brinco em uma mulher não é anti bíblico, essa questão eu discordo dos adventistas.
Interessante as dissertacoes desse irmao. Eu sempre duvidei dessa teoria de um julgamento previo a volta de Cristo. E porque haveria um santuario no ceu onde nao ha pecadores? E sendo que Jesus afirmou que tudo estava consumado ao Ele morrer, porque haveria Ele de ir a um santuario para julgar aos que ja creram Nele e Sua graca e perdao? E Ele nao necessitaria 175 anos des de 1844 para julgar alguns milhoes de seguidores Dele, sendo que hoje em dia se faz coisas usando um computador mil vezes mas rapido que 200 anos atraz. Jesus sendo o Criador ja nos conhece e sabe se o amamos ou nao e nao precisa estar esperando se vamos ficar com Ele ou nao. Sim sou adventsta e amo a minha igreja mas ha coisas que precisam ser revisadas e quem sabe abandonadas, pois a Biblia e que sim foi inspirada em tudo.
ResponderExcluirMeus irmaos tenho visto vocês duvidarem de alguns quesitos fundamentais de nossas crenças. E confesso que não entendia muito bem também até ouvir e estudar cada detalhe com o pastor Samuel ramos no seu canal do Youtube . Me ajudou bastante e inclusive tirei minhas .
ResponderExcluirDesde quando Ellen whitte era viva aparecia uns q duvidavam do dom profético.bem,se ela não recebeu este dom de Deus,sendo semi-analfabeta,e se o apocalipse mente ao dizer q o povo de Deus guarda os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus q e o espírito da profecia, então eu vou deixar de ser adventista e esperar q surja a oitava igreja.satanas com seus engodos,pegando os incautos
ResponderExcluirSatanás enganaria até os escolhidos, se fosse possível. E agora, quem está enganando quem? Estamos nos últimos dias, e ele está fazendo esforços desesperados para desviar a maioria. Ellen White era humana como nós, e assim como patriarcas e profetas erraram, ela também pode ter errado, e se errou, Deus a julgará. Quanto mais nos aproximamos de Deus e da Bíblia, tanto mais nossa fé se fortalece, e os testemunhos se tornam "desnecessários". Seria muito, mas muito incoerente crer que tudo o que ela escreveu não tinha inspiração, pois seguir os conselhos nos diferencia dos outros povos. Perderemos a identidade como Adventistas? Seremos iguais aos demais "cristãos? Sempre que aparece alguém indicando erros na igreja, só géra divisão e apostasia. Prefiro permanecer como estou, o tempo dirá quem está certo e quem está errado.
ResponderExcluirVc e o dono da verdade companheiro
ResponderExcluirQuando você publicar contradiçōes sobre o Espírito de Profecia,você deve também postar em qual livro, capítulo e pagina podemos lê-los.Nem todos somos ignorantes e idiotas. Se a igreja adventista te decepcionou,porque manter o nome adventista então .Aí daqueles que chamam a igreja de Deus de Babilônia ,Deus há de julgar a todos nós .
ResponderExcluirSr Ezer Oliveira!
ResponderExcluirSaudações Cristãs!
Esse testemunho foi colhido no link: http://adventismoexposto.blogspot.com.br/2012/04/depoimento-de-phillipe-hotman.html
Não sei se você conseguirá contato com o Sr Phillipe Hotman; Espero que ele veja seus questionamentos aqui no blog e te responda.
saúde, Paz e luz
Administrador do Blog
Francisco Alberto
É triste ver uma pessoa perder a fé no movimento Adventista. Esse irmão tirou suas próprias conclusõe. Ele não procurou afundo respostas aos assuntos controversos. Não foi aos homens mais experientes da obra. Não procurou conselhos dos mais experimentados. Até na Bíblia as pessoas podem achar contradições. Pois eu vos digo:Os escritos de Ellen White só me feito muito bem. Louvado seja Deus.
ResponderExcluirEllen White viu numa visão que as três mensagens angelicais eram comparadas a uma inamovível plataforma eterna da verdade. Muitos que estavam nela, saiam e examinando seu fundamento,declaravam que ela tinha vários erros, e que se fossem concertadas pouco seria mais Smsanto e feliz. Mas o anjo declarou: "subí para cá pois quem a construiu foi um sábio Deus que não pode errar. Muitos ouviram a voz do anjo e voltaram, mas outros não atenderam a advertência e caíram no mais tenebroso abismo.
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