sexta-feira, 1 de maio de 2009

RELIGIOSO OU CRISTÃO?

Autor: Prof. Gilson Medeiros

"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei" (Gál. 5:22-23).

Existe diferença entre ser um "cristão" e ser um "religioso"? A princípio, sim.

Um religioso é aquele que segue uma religião, portanto, pode-se dizer que o budista é um religioso, o hinduista, o judeu, o muçulmano, e até mesmo um espírita pode ser considerado um religioso. Existem alguns autores que colocam até os ateus neste grupo de "religiosos"!

Mas, ser um "cristão" é diferente. Neste grupo estão apenas os que crêem, vivem e pregam sobre os ensinamentos de Jesus Cristo. Segundo a Bíblia, a primeira vez que os discípulos receberam este "rótulo" foi na cidade de Antioquia (cf. Atos 11:26). No original grego é utilizada a palavra CHRISTIANOS, ou "aquele que segue a Cristo".

E eu posso professar seguir a Cristo mas não ser um "cristão"? Teoricamente, sim. Até certo ponto é perfeitamente possível viver toda uma vida seguindo rituais e cerimônias do Cristianismo, mas não estar entre aqueles que Jesus considera como Seus. A declaração dEle em Mateus 7:21-23 é uma prova cabal disso!

E como saber se minha fé não está sendo enganosa? Como saber se eu estou realmente desfrutando do crescimento e da "novidade de vida" que os primeiros cristãos experimentaram? Como que as pessoas podem olhar para mim, e assim como em Antioquia, verem que eu sigo a Jesus?

A resposta é dada por Paulo na citação bíblica que abriu esta postagem: Gálatas 5:22-23.

Uma pessoa que está se deixando trabalhar pelo Espírito Santo, fatalmente, demonstrará em sua vida O FRUTO deste Espírito. Sempre me intrigou esta designação no "singular" sobre a manifestação do Espírito Santo em nós. Quando Paulo fala de dons, ele usa o plural... Quando fala em ministérios de liderança, ele usa o plural... Mas quando Paulo foi inspirado a falar sobre o RESULTADO (é isto que um fruto é!) da atuação do Espírito Santo em nós, ele usa um termo no "singular": FRUTO. Não são "os frutos", mas O FRUTO. Isto deve nos levar constamente à reflexão!

Quer dizer que eu posso ser bondoso e fiel, mas se não tenho a paciência, então o Espírito Santo não está habitando totalmente em mim? Parece que foi isso que Paulo quis ensinar aos Gálatas... O apóstolo, que teve uma tremenda experiência de conversão, passando de "religioso" (cf. Filip. 3:5-6) a "cristão", nos leva a refletir sobre até que ponto nossa vida "devocional", "cerimoniosa", "litúrgica", está refletindo uma experiência verdadeira com Jesus.

Quantas pessoas que conhecemos, com uma aparente "consagração" infalível, e que são pessoas de temperamento irritante, belicoso e anti-social?!
Quantos que são extremamente meticulosos no que devem comer, mas que são avarentos e apegados aos bens materiais?!
Quantas esposas que, na Igreja, são modelos de "santidade", mas que com os parentes e vizinhos demonstram-se extremamente intemperantes e grosseiras?!
Quantos maridos que, com terno e gravata, até parecem o supra-sumo da fidelidade a Deus, mas que em seus lares são cruéis, implacáveis e tiranos com esposa e filhos?!
Quantos pastores, anciãos e líderes que deveriam ser um modelo na revelação do fruto do Espírito, mas que machucam, magoam e ferem aqueles que estão sob sua "autoridade"?!

Amor,
Alegria,
Paz,
Longanimidade,
Benignidade,
Bondade,
Fidelidade,
Mansidão,
Domínio próprio


É fácil decorar versos bíblicos; saber doutrinas e profecias na ponta da língua; conhecer todas as combinações alimentares permitadas e proibidas; palestrar horas seguidas sobre os benefícios da soja em nossa dieta; ter dezenas de certificados do ano bíblico pendurados na parede; ler todos os livros escritos por Ellen White...

O difícil é demonstrar aos que nos rodeiam se, realmente, Cristo vive em nós. Isso se revela não só por roupas características de "crente", ou por não usar maquiagem e jóias, por exemplo... Isso os "religiosos" também conseguem fazer...

Mas o que o mundo deseja ver mesmo, e não conseguirá levantar contra-argumentos, é uma vida renovada e vivificada pelo Espírito do Senhor, evidenciando o seu COMPLETO FRUTO, com suas 9 partes, em nossa vida.

De que adianta passar horas e horas na Igreja, não perder a nenhum culto das madrugadas, estar em todas as Santas-Ceias, etc., se, ao chegar em casa, o caráter que é revelado aos parentes, amigos e familiares é o mesmo de uma pessoa que não tem nenhum contato com nossa fé?!

De que adianta a existência da Igreja, se ela não consegue nos ajudar a vivermos à semelhança de Cristo? Para que ela serve se, ano após ano, continuamos os mesmos egoístas, grosseiros, petulantes, arrogantes, briguentos, críticos e encrenqueiros de sempre?!

De que adianta ter nascido em "berço Adventista", se anos depois eu revelo o mesmo caráter vil e perverso de outros que nasceram na mesma época que eu, mas em outro "berço"?!

Jesus veio para derrubar as barreiras que existiam entre a "religião" e a "fé". 
- Os religiosos estavam sempre querendo disciplinas e apedrejamentos... Jesus queria curar e libertar.
- Os religiosos seguiam seus infindáveis rituais de purificação exterior... Jesus ensinava que o mais importante é purificar o interior.
- Os religiosos eram implacáveis e vingativos... Jesus perdoava e derramava Sua misericórdia.

Aliás, das poucas vezes em que Jesus agiu com "grosseria" ou "dureza" foi exatamente contra os RELIGIOSOS.

Já pensou nisso?!

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Deixe que a verdadeira fé, uma fé viva em Cristo, nosso Salvador e Senhor, modifique sua vida de tal forma que o Espírito Santo encontre lugar para ali construir o Seu Templo (cf. 1Cor. 6:19).

Se até hoje sua vida tem sido de rituais e cerimônias meramente religiosas, peça ao Senhor que te mostre a beleza de ter a vida lavada e regenerada pelo "banho da graça", que Jesus deseja conceder a todos os que O seguem (Tito 3:5). 

Desejo, de coração, que Jesus encontre entre os Adventistas do 7º Dia muito mais cristãos do que religiosos!

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