domingo, 3 de junho de 2012

"Porque nunca entrei para a IASD".


Foto do perfil
Por Roberto Ribeiro do Val 

Tenho 66 anos de idade e só vim a me interessar pelo Evangelho por volta dos quarenta...  Entretanto, desde muito cedo, sempre fui muito assediado pelas denominações evangélicas, que faziam os seus trabalhos costumeiros de pregação pelas ruas, trens, praças, etc. Ainda tenho uma vaga lembrança, de quando eu era muito jovem, entrei numa igreja evangélica e sai de lá decepcionado, depois de presenciar a apelação por contribuição financeira!
Desde que passei a ter uma certa consciência da vida, que eu não acho correto a cobrança por serviços religiosos, seja com preços estipulados, através de apelação aos corações humanos, persuasão, etc. Apesar de ter sido essa a causa principal do meu desinteresse pela congregação evangélica, até certo ponto eu apreciava o estilo de vida dos evangélicos, por ser um povo mais ordeiro e santo.
Por volta dos meus 40 anos de idade, tive uma experiência sobrenatural e daí em diante passei a me interessar pelo evangelho e de conhecer as mais variadas igrejas e doutrinas... Conheci muita das mais notórias e me esforcei em vencer o conceito que eu havia formado em relação a elas.
Havia em mim um certo quebrantamento e cheguei até a dar pequenas contribuições em algumas, as que mais me identificava. Porém, apesar de entender que as igrejas tem uma certa necessidade de uma receita monetária, continuava contra o modo como isso era colocado para os fiéis. Nunca deixei de sentir aquele “clima mercantilista no ar”!
Das mais notórias, creio, conheci todas ou quase todas, menos a Igreja Adventista do Sétimo Dia, e nunca me decidi por nenhuma. Num certo dia em que estava meio desocupado, olhei para a minha estante de livros e lá avistei um que estava guardado comigo há cerca de 15 anos, sem que tivesse lido: “O Grande Conflito”!
Peguei-o na estante e dei uma olhada em algumas páginas e decidi: hoje eu começo a ler esse livro! Depois que comecei a lê-lo, não parei mais, “esmiucei-o” com lágrimas nos olhos por cerca de uma semana, só parava para comer alguma coisa e dormir à noite! Depois disso, me interessei em conhecer a IASD e logo me deparei com um problema: onde achar uma?
Num tempo em que não havia internet, a telefonia era e precária e rara, inclusive os catálogos, o jeito foi “pegar uma lente” e dar uma de detetive particular! Finalmente, descobrindo uma, fui conhecer... A minha primeira decepção foi constatar que em questões monetárias era “igual” as outras! Nessa ocasião, eu era fotógrafo por profissão e não tinha outro meio de sobrevivência.
Até, então, havia me convencido de que a guarda do sábado era doutrinariamente importante, embora estranhasse a falta de uma boa vontade para com exceções... Precisava sobreviver... E como!!!!!!! Minha sobrevivência nunca foi fácil, os problemas familiares sempre foram muitos, tentei me adaptar em cerca de trinta profissões e a única que deu mais ou menos certa foi a de fotógrafo, com ênfase em casamentos, 15 anos, etc, trabalhos típicos dos dias de sábados!
Essa situação me causou dúvidas e fui protelando... Descobri que existiam dissidências e outras igrejas denominadas adventistas... Procurei conhecer as reformadas e as dúvidas permaneceram... Porém, o que mais me deixou perplexo, foi o contraste de zelo pela guarda do sábado em relação a outras doutrinas importantes... Fora à comparação do que constatei convivendo de perto, com o “retrato escrito” no livro “O Grande Conflito” do que era a igreja no tempo de seus fundadores!
Por um lado eu fiquei empolgado com o que havia lido no livro “O Grande Conflito”, por outro, a constatação ao conhecer uma igreja que me pareceu “morna”, e que logo me fez lembrar um trecho do livro onde a  Sra EGW diz, mais ou menos assim: “morrendo os reformadores, os que têm o verdadeiro espírito reformista, os filhos assumem e dá novo molde a causa”! Ela se referia a outras igrejas, mas, logo, me fiz a pergunta: está acontecendo aqui o mesmo, com a igreja que ela fundou?
Apesar de ter lido outros livros de EGW, além do “O Grande Conflito”, mediante o constatado, o conhecimento que adquirira não foi suficiente para tomar a decisão de entrar ou não para a IASD. E essa indecisão permaneceu até que conheci um produtor musical, filho de um falecido pastor adventista, que trabalhava em uma gravadora evangélica.
Daí em diante, ele passou a ser o produtor musical da minha esposa, que gostava e gosta de cantar. Não passou muito tempo, nasceu uma amizade e começamos a freqüentar as casas, um do outro. Com as conversas decorrentes que tivemos, desde o primeiro dia, nossa identificação mutua aumentou muito.
Ele já era um convertido há muitos anos e eu nem batizado era, e foi natural que ele tomasse a liderança como um pregador para mim e minha esposa. Quando eu o conheci ele já estava desligado de outras igrejas reformadas e grupos e isso nos uniu ainda mais, a ponto dele convencer minha esposa, que era recém convertida e batizada no sistema evangélico, a se desligar de sua igreja e deixar de comer carne!
E, assim, nós três ficamos nos reunindo até que ele veio a conhecer um pequeno grupo evangélico, já formado e sob uma liderança, da cidade de Petrópolis, e não demorou muito, nos unimos a ele... Um detalhe a ser ressaltado: o líder do grupo de Petrópolis entregou a liderança do mesmo para aquele que de certa forma já era o meu pastor. E, assim, ficamos nos reunindo uma vez por semana, aos sábados, durante cerca de 15 anos.
A distância geográfica entre nós era grande, o que impedia um número maior de reuniões, e a disponibilidade de um pequeno sítio na baixada fluminense, meio caminho entre Petrópolis e o Rio ficou sendo durante algum tempo o nosso local de reuniões. Depois conseguimos construir um pequeno salão em fundo de quintal, em Nova Iguaçu, onde passamos a nos reunir, até que um problema cardíaco do nosso líder, existente desde a infância, acabou por levá-lo ao falecimento.
Durante o tempo de minha permanência no grupo, cerca de quinze anos, eu me aprofundei nas pesquisas bíblicas e mesmo antes do líder falecer eu já tinha formado em mim uma certa autonomia doutrinária que me levou a um certo distanciamento do grupo. Hoje, ainda sou muito chegado por amizade a esse pessoal e ouve até união de famílias através de casamento. Hoje tenho uma sobrinha com 16 anos, fruto de uma união de um dos meus irmãos, que também já é falecido, com uma irmã do falecido líder.
De lá para cá, me dedico mais do que nunca ao estudo bíblico independente! E quanto mais eu estudo mais se aprofundam as minhas diferenças de idéias, com o sistema evangélico estabelecido... Na falta de afinidades idealistas, e mesmo procurando amar o meu próximo como a mim mesmo, eu prefiro ficar sob a palavra que diz: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles."  (Mateus 18 : 20)
Voltando ao assunto financeiro, quero dizer que estive lendo no blog do (se me permite) caríssimo irmão Francisco Alberto e gostei muito de uma matéria da ICBA, com a qual eu concordo plenamente no que se refere ao dízimo e outras formas de contribuição! O problema, se é que ele existe, pois não conheço maiores detalhes da igreja, pode estar no contexto que embasa o uso prioritário das contribuições...
Como um todo, uma Palavra que eu não me lembro de ter sido enfatizada pelos evangélicos ou os defensores do dízimo, como enfatizam Malaquias 3: 10 vêm logo após, é o segundo versículo depois: Malaquias 3: 12.  E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.
Aí entra uma questão muito séria: na história que conhecemos, quando e onde começou a terra deleitosa dos dizimistas da antiga aliança? Para quem não sabe, terra deleitosa é terra maravilhosa, paradisíaca... Será que essa terra esteve ou está no exílio que começou no ano 70, após a invasão de Jerusalém pelo general romano, Tito? Eu não conheço história sobre essa “terra deleitosa”, se ela escapou do meu conhecimento por algum motivo e alguém souber, por favor, é com humildade que peço, me mostre!
Dessa questão, até agora, eu só consegui tirar duas conclusões do meu raciocínio: ou a promessa de Deus falhou ou o povo do antigo Israel, como um todo, não deu os frutos que Deus desejou dele e por isso, creio, embasado no contexto do versículo seguinte, perdeu o sacerdócio do reino de Deus! "Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos."  (Mateus 21 : 43)
Agora vamos a uma outra questão: a terra deleitosa dos dizimistas da nova aliança! Depois de cerca de dois mil anos passados de era cristã, eu também não tenho conhecimento histórico sobre ela... Ou será que estamos vivendo nessa terra deleitosa desde os tempos bíblicos? Será que o que aconteceu durante todo esse tempo, a respeito de terremotos, tsunames, violência social, fome total, miséria, injustiça, guerras, etc, pode responder por si só?
Será que a terra deleitosa para os dizimistas da nova aliança aconteceu no decorrer desses séculos e acabou, pois tinha limite de tempo? Se a lei do dízimo vale para os cristãos, não é lógico que a promessa de Malaquias 3: 12, também, valeria? Mais uma vez eu peço com humildade, se alguém souber da história dessa terra deleitosa, me revele! Será que a nova nação, referida em Mateus 21: 43 está dando os frutos desejados pelo Filho de Deus? Se foi dado e está dando, para quando será o Reino prometido?
Não creio que a promessa tenha sido falsa, nesse caso Deus não seria Deus, ou que o tempo necessário para que Deus abençoasse a cristandade com a terra deleitosa, ainda não era ou é chegado! Atualmente, depois de cerca de dois mil anos decorridos, o Planeta está indo para a insustentabilidade e o esgotamento e quando daremos os frutos que Deus deseja? Ou estamos dando e eu não consigo ver?
Agora, se não foi dado nem estamos dando, eu só vejo uma solução para a produção desses frutos: entender melhor a palavra de Deus e quebrar os paradigmas da inoperância que “engessa” o denominado povo de Deus!
É evidente que existem os que crêem que a terra deleitosa será no Céu... Eu respeito, porém, não creio que o mundo em que vivemos esteja fora dos planos de Deus, existem até evidências de que se alguém para o Reino do Céu foi ou irá, trata-se de poucos!
"E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundovieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre."  (Apocalipse 11 : 15)
"Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz."  (Salmos 37 : 11)
"E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem."  (Mateus 7 : 14)

Desculpem-me se eu estiver errado no todo ou em parte, entretanto, com humildade, estou sempre buscando a Verdade e pronto para tentar entende-la...
Que a luz de Deus esteja diante dos nossos olhos, para que possamos ver a beleza e entender, cada vez mais, a Sua Palavra!

Um comentário:

Francisco A. de Azevedo disse...

Roberto,

Saudações Cristãs!

Obrigado pelo depoimento.

Eu também, quando li o livro "O grande conflito" de EGW, fiquei bastante impressionado. Chegou uma época em que acreditava demais em EGW, chegava a consultar os livros dela como "fonte de verdade" para tirar alguma dúvida e sobre como proceder em certos casos(Imagina pensando que seguindo os ensinos dela estava fazendo a vontade de Deus).

Estava dominado e só conseguia entender a bíblia com os óculos de EGW e das doutrinas adventistas; até que chegou a Internet com todas as informações, mostrando o lado escondido da moeda EGW e da IASD; só aí comecei a ler a bíblia com isenção; só então comecei a perceber muitos erros, enganos, heresias e até mentiras.

Cito alguns:

Exigir dos Cristãos a guarda do sábado;

Ficar esperando decreto dominical como sinal da volta de cristo;

Ficar esperando perseguição procedente do meio cristão;

Juízo investigativo;

Erro sobre o conceito: "Espírito da Profecia ou Testemunho de Jesus";

A maledicência ASD conta as outras Igrejas cristãs;

Etc.. etc... etc...

Fiquei curioso quanto a sua experiência sobrenatural ocorrida aos 40 anos.

Obrigado por escolher meu blog para postar seus depoimentos.