Amanheceu, e como era muito cedo, estava frio, contudo havia um sol nascente com raios quentinhos, que acariciavam minha pele me aquecendo. Nunca havia prestado atenção na gostosura do sol numa manhã fria; os raios eram vivificantes, confortantes, Como o sol é bom na hora certa! Chegava a sentir minha pele absorvendo àquela energia, aquele calor carinhoso.
Às vezes quando era menor e não podia campear, ou seja, buscar as vacas faltantes para ordenha, ficava ali em cima da cerca feita de lascas de aroeira, me aquecendo ao sol, enquanto aguardava a caneca de café com o leite tirado na hora; lá mesmo sobre a cerca tomava tudo.
Mas esta época de ficar em cima da cerca, tomando sol e aguardando uma caneca de café com leite havia passado. Agora após alguns anos minha missão era ajudar e naquele dia faltaram algumas vacas leiteiras e fui encarregado de procurá-las no pasto.
Peguei o cavalo no pastinho, que sempre tem em qualquer fazenda, ao lado da sede e parti em busca das vacas rebeldes. Procurei nos lugares mais fáceis onde provavelmente estariam, e nada! Fui pelos mangueirais antigos, por trás do morro, ao lado da cerca de pedra, que separava nossa fazenda da de um outro vizinho. Muro de pedra, talvez erguido por escravos ou por peões, parece-me que muito antigamente não tinha arame para separar as fazendas e a solução era fazer cerca de pedra ou madeira.
Estive em todos os lugares onde poderiam estar e nada.
Então olhei por trás dos mangueirais onde havia um córrego e percebi que havia uma trilha entrando em uma capoeira. Pensei devem estar ali! E lá fui eu; Adentrei-me à capoeira e vasculhei-a por todo lado. Tudo era igual dentro da capoeira, andei por todos os trilhos que havia e não encontrei uma vaca sequer!
Pensei! Não estão é aqui e já hora de sair desta capoeira e ver se estas vacas não chegaram no curral por outro caminho, ou se fugiram para outro pasto!
Fustiguei o cavalo determinando para ele qual era o caminho a seguir para sair da capoeira. Estava demorando um pouco para conseguir encontrar o córrego por onde tinha entrado na capoeira. Continuei assim por algum tempo e não achava a saída. Às vezes chegava num determinado lugar o caminho se dividia em dois trilhos e eu forçava o cavalo a ir por onde eu pensava que era certo, mesmo sentindo que ele queria ir pelo outro trilho.
Continuei na minha busca por muito tempo. Já estava dando uns safanões no cavalo e brigando com mesmo, pois ele teimava em certos momentos em não seguir o caminho que pela rédea eu comandava.
Chegou um momento que percebi que estava perdido! Puxa! Eu não estava conseguindo sair daquela capoeira ali do lado do córrego e ao lado dos mangueirais? Não, não é possível vou achar a saída! Em vão; não dava nem para ver para que lado estava o sol! E mesmo que desse, acho que não saberia me orientar. Procurei andar em linha reta para chegar ao córrego; que nada! caminho algum levava ao córrego.
Comecei a entrar em desespero! Briguei mais algumas vezes com o cavalo que não estava querendo seguir a trilha que eu indicava... Depois de tentar tudo, chegaram as lágrimas comum nas crianças... Eu estava realmente perdido! Precisava de ajuda. Onde encontrá-la? O que fazer? Como sairia eu daquela maldita capoeira?
Novamente o cavalo queria me desobedecer, dei-lhe umas chicotadas, pois ele queria ir para o outro lado!
O que?
Porque ele está querendo ir por outro caminho?
Puxa! eu estou perdido mesmo! Então não custa nada!
Vou deixar este cavalo idiota ir por onde ele quer...
Vá!
Soltei as rédeas e deixei o cavalo escolher o caminho. Foram alguns momentos... Não sei precisar quanto .. Logo apareceram o córrego e a trilha por onde eu tinha entrado..O CAVALO SABIA MAIS DO QUE EU.
Aprendi que quando você está perdido e a cavalo ; solte as rédeas que ele te leva de volta para casa.
Aprendi também que "Não podemos orientar o vento, mas podemos ajustar a vela."
Vivendo e aprendendo
Deus estava ali com aquele animal para me mostrar o caminho de volta para casa!
Lição:
Certa vez, durante um estudo bíblico, meu amigo Eduardo me disse: “As pessoas estão sem o norte”. São pessoas que vivem no mundo sem saber para onde estão indo, são levadas por qualquer vento; são como marinheiros no mar sem uma bússola, levados pelo vento.
Estão perdidos.
JESUS DISSE:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” – “Ninguém vai ao Pai senão por mim” –
“Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido.”
A Palavra e as promessas de Deus, são o nosso norte.
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