terça-feira, 11 de março de 2014
Ex-pastor adventista escreve carta de alerta
Carta de ex-pastor adventista com 20 perguntas que fazem qualquer adventista pensar várias vezes.
Estimado Ennis
Ao longo dos últimos seis anos eu tenho escrito cartas para você. E você tem sido um verdadeiro cavalheiro, bom cristão e honesto – sempre as tem publicado. Sou o Filipe, de Santa Catarina. Sabe, acho os adventistas verdadeiramente cristãos e um povo maravilhoso. No entanto, não se dão conta de que sofreram uma lavagem cerebral e estão completamente aprisionados em um paradigma enganoso.
Ennis, diante disso, estou deixando a Igreja após 32 anos de batismo. Por favor, publique minha carta.
Caso algum adventista possa rebater de maneira consistente e com base na Bíblia as colocações que faço, eu humildemente, voltarei para a Igreja.
Então, esta carta é para você que é adventista, membro, líder ou pastor. Peço-lhe com carinho que leia até o fim e analise as questões, afirmativas e ponderações abaixo. Depois, com sinceridade, veja se você consegue responder ou reagir a elas a partir de parâmetros bíblicos.
1. Quando os reformadores do século XVI desafiaram a autoridade da Igreja Católica e fundaram um novo movimento (Reforma Protestante), eles não aceitaram nenhuma autoridade, senão a Bíblia. No protestantismo, esse princípio é definido com a expressão sola scriptura. Na Igreja Adventista, a Bíblia é a única autoridade? Em que tipo de sola scriptura você acredita?
2. A Palavra de Deus não coloca em nenhum verso, um a autoridade maior em um mandamento do que nos outros. Estamos falando da Lei Moral (dez mandamentos). Por que os adventistas em seus escritos e no seu nome institucional dão maior importância ao 4º mandamento? Há base bíblica para essa pretensa superioridade? Se você pessoalmente não acredita nessa superioridade, porque os escritos da Igreja mostram essa distorção?
3. Historicamente a Igreja admite que passou por crises de legalismo e que vários líderes se esforçaram para fazer a Igreja Adventista abandonar essa tendência e viverem com base na justificação pela fé. Exemplos desses esforços (dos líderes) são os períodos de 1888 (Estados Unidos) e a década de 1980 com os líderes Morris Venden (América do Norte) e Alejandro Bullon (América do Sul). Essa não é uma clara demonstração (e admissão inconsciente) de que a Igreja e seus membros são legalistas que se esforçam para não sê-lo?
4. Paulo diz que ninguém deve ser julgado por causado sábado (Colossenses 2:16). Deduzimos que as demais Igrejas não devem julgar os que guardam o sábado, mas também não é verdade que os adventistas não deveriam julgar os outros porque eles não guardam o sábado da mesma forma que os ASD?
5. Sendo que a Bíblia afirma que a verdadeira religião consiste em visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo (Tiago 1.26 e 27), qual é a base bíblica para a afirmação adventista de que ela é a Igreja Verdadeira? A igreja adventista cuida dos órfãos e das viúvas mais do que as outras igrejas?
6. Considera a Igreja Adventista as outras denominações protestantes como inferiores a ela? Acreditam os adventistas que os demais protestantes beberam do vinho de Babilônia? Se sim, porque os adventistas utilizam e dividem os mesmos Templos que pertencem a outras Igrejas nos Estados Unidos (usando-o no sábado, ao passo que eles o utilizam aos domingos)? Se não, por que não convidam os demais cristãos e seus conjuntos musicais para cantarem nas Igrejas Adventistas? Vocês acham que eles não são bons o suficiente?
7. Poderia um profeta comercializar um dom dado por Deus? Faz sentido a profetiza da Igreja Adventista tornar seu dom uma fonte de renda, recebendo direitos autorais que em muito ultrapassavam o salário de um líder denominacional? Seria moralmente correto repassar esse direito autoral a filhos, netos e bisnetos que nada tiveram a ver com o dom que ela dizia possuir?
8. Os adventistas têm que fazer um voto antes de descer às águas batismais? Não é necessário apenas “Crer no Senhor Jesus e seguir seus ensinamentos” como pregam os demais protestantes? Fazem os adventistas voto de obediência às 28 doutrinas?
9. Há um voto no qual os adventistas têm que afirmara crença em Ellen White? Se não, porque a doutrina de número 17 (e consequente voto batismal do mesmo número) diz que “um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Este dom é uma característica da Igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White.”?
10. Porque a Igreja no citado voto ‘restringe’ o dom da profecia ao ministério de uma única pessoa (que viveu e morreu no passado distante [quase cem anos atrás])? Deus deu o dom à igreja ou a uma pessoa? Não veem nisso os adventistas um claro direcionamento da liderança e um impeditivo para que ninguém mais apareça com esse dom?
11. Alguém na Igreja adventista tem o dom da cura, ou de falar em outros idiomas (pelo Espírito Santo), ou de expulsar demônios, ou da revelação, ou ainda outro dom espiritual dos citados no Novo Testamento? Sendo que em Marcos 16 e em Atos 2 há versos que dizem que vários sinais acompanharão os que creem, não acha você estranho que a Igreja Adventista manifeste apenas um dos dons especiais (e especificamente numa pessoa)?
12. Numa teoria criada por Ellen White e outro slides da Igreja Adventista, os adventistas creem que ‘todos’ os que já viveram passarão por um juízo investigativo que começou em 1844. Qual é base bíblica para isso? A Bíblia diz que os santos não passarão por juízo (João5:24). E a profetiza da Igreja, Ellen White, afirma que nossos pecados só estarão apagados depois do Juízo Investigativo, mas a Bíblia afirma que os nossos pecados são apagados no momento em que nos arrependemos e os confessamos. (Isaías 44:22; Atos 3:19; I João 1:7). Faz sentido essa contradição? Cristo não morreu pelos nossos pecados e os cravou na cruz ?
13. Ellen White afirma que o trabalho de expiação de Jesus está quase terminado, mas ainda não foi completado. Já que a Bíblia afirma que não há nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”, para quê juízo investigativo? Por que haveria necessidade de juízo investigativo de pessoas que foram declaradas salvas antes de começar o Juízo Investigativo? (o Ladrão na Cruz (Lucas 22:43), Abraão (Rom.4:2-5), Isaque e Jacó Mateus (8:11),Moisés (Judas 9). Como explicar que pessoas que ainda teriam que passar pelo juízo investigativo a partir de 1844, foram levadas ‘salvas’ por Deus para océu (Moisés, Elias e Enoque)? Não parece uma contradição absurda essa crença inventada ou reforçada pela profetiza Ellen White?
14. I João 5.13 fala claramente da segurança da salvação. Para uma pessoa que crê no juízo investigativo, como ela pode se sentir segura de sua salvação? Observe, querido irmão adventista, não quero catequizar você, pois vocês são chamados de o povo da Bíblia. Só quero fazê-lo pensar. Não parece estranho que a sua Igreja, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, sempre tão pronta a analisar os versos bíblicos, enxergando sempre ‘diferentes interpretações’ e variados pontos de vista, no caso de I Pedro 4.17 só consiga ver ali um juízo amedrontador até para os que já foram salvos?
15. Têm os adventistas o direito de interpretar por sua própria conta os versos bíblicos ou há uma comissão, um diretório, uma junta de pastores e teólogos que define as doutrinas e o que se deve crer? Não foi justamente isso uma das coisas que Martinho Lutero criticou na Igreja Católica?
16. Sendo que nós não vivemos em um Estado Religioso (como os judeus viviam), por que os adventistas não aceitam o conselho dos apóstolos de cobrar (exigir) dos que aceitam o evangelho apenas e tão somente oque foi decidido em Atos 15? (“Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue.”) E olha que os discípulos repreenderam os que queriam que eles seguissem os ensinamentos judaicos (“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz deles um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?”).Por que os adventistas seguem leis judaicas que não estão nos dez mandamentos? (dízimo, carne de porco, ofertas pelo pecado…) Se a crença de vocês no vegetarianismo é justificada pela modernidade (mais saudável), então ótimo,isso basta. Para quê então baseá-la no Velho Testamento, em leis que já foram abolidas (Colossenses 2:14-17)? E depois os adventistas não querem ser tachados de legalistas…
17. Será que a sua Igreja não percebe que está perdendo o bonde da história? Será que os adventistas percebem que sua Igreja (afora as Escolas e os Hospitais) parece ser apenas uma Igreja que reflete as crenças e costumes do ambiente histórico dos Estados Unidos do século XIX, pois não aceitam pastoras (têm um ministério da mulher, mas vocês não ordenam mulheres), não se misturam com outros evangélicos (mas gostam de ser chamados de protestantes), gostam de ter uma profetiza (outras igrejas que surgiram na mesma época nos Estados Unidos também têm profetas), acreditam em decreto dominical (ocorreu nos Estados unidos em lugares restritos no século XIX), não aceitam nada que tenha caráter ecumênico (mas amaram ser aceitos na organização mundial das Igrejas), têm crenças absurdas para os padrões protestantes – bode Azazel, 1844, juízo investigativo, leis cerimoniais… (mas não gostam de ser chamados de seita). Você, caro amigo adventista, nunca parou para pensar nisso?
18. Como explicar o fato de que vocês se julgam a única Igreja que guarda o sábado como um mandamento de Deus, mas há pelo menos umas vinte Igrejas que também guardam o sábado e são cristãs? E olha que os Batistas do Sétimo Dia creem só no evangelho, não nas leis cerimoniais abolidas do Velho Testamento. Não é estranho vocês diante disso vocês se considerarem a “Igreja verdadeira”?
19. Você já percebeu que no próprio site da Igreja, a Igreja Adventista do 7º Dia, há informações que, se levadas a sério, te afastariam da Igreja? Por exemplo: a) que Ellen White mentiu para José Bates para que ele aceitasse que ela era profetiza, e assim entrasse para a sua Igreja? b) que Ellen White escreveu um livro que dizia que a masturbação era responsável por quase todos os males da humanidade e esse livro foi tirado de circulação ainda no século dezenove? c) que a profetiza Ellen White disse que foi Deus que enganou Guilherme Miller, encobrindo dele a verdade, levando-o assim a enganar multidões com a falsa mensagem de que Jesus voltaria em 1844? Que Ellen White copiou inúmeros trechos de outros autores, sem dar-lhes crédito, chegando uma vez a copiar até quatorze páginas seguidas de um autor sem citar a fonte e dizia que isso “foi o Senhor que me revelou”? Que Ellen White fez pelo menos doze profecias que não se cumpriram? Que ela acreditava que deixar crianças sem comer por três dias era uma boa forma de disciplina?
20. Você sabia que um livro escrito por um teólogo, professor da principal Universidade da sua Igreja afirma que se os pioneiros da sua Igreja estivessem vivos, eles não entrariam para a Igreja Adventista de hoje, pois a Igreja aceita doutrinas que não aceitava quando eles eram membros da Igreja, como a trindade e o fato de o Espírito Santo ser chamado e considerado como Deus, entre outras?
Caro adventista, seja sincero com você mesmo. Caros pastores, esqueçam por um momento seus empregos, pensem apenas na Palavra de Deus. Não há algo errado com suas crenças?
Muitos anos atrás, um proeminente líder adventista, estudioso da Palavra de Deus, bom cristão, viveu uma situação muito interessante e eu passo a narrá-la para vocês:
Albion F. Ballenger havia servido fielmente a igreja durante muitos anos e em 1905 era o administrador encarregado da Missão Adventista Irlandesa.
Ele era um orador e escritor capaz, e um estudioso diligente das Escrituras. Quem afirma isso é outro adventista, chamado Raymond Cottrell.
Ballenger, estudando o livro de Hebreus descobriu que partes da doutrina adventista da forma como Ellen G. White e os pioneiros as defendiam, não podia ser sustentada pelas Escrituras.
A sua consciência o levou a escrever uma longa carta para a sra. White expondo-lhe todas as suas dúvidas e solicitando esclarecimentos.
Ao final da carta ele expôs o dilema no qual se encontrava:
“E agora, irmã White, que posso fazer? Se aceito o testemunho das Escrituras, se sigo as convicções de minha consciência me encontrarei debaixo da sua condenação, você vai me chamar de lobo com pele de ovelha, advertirá a meus irmãos e aos membros da minha família contra mim. Mas, quando em minha tristeza me volto a Palavra de Deus, essa palavra me diz o mesmo, e temo recusar a interpretação de Deus e aceitar a sua. Oxalá pudesse aceitar ambas.
Mas se tenho que aceitar uma, não seria melhor aceitar a do Senhor? Se recuso a palavra dEle e aceito a sua, poderá você salvar-me no juízo?
Quando estivermos um ao lado do outro diante do grande trono branco, se o mestre me perguntar porque ensinei que “dentro do véu” significava o primeiro compartimento do santuário, o que responderei? Direi: por que a irmã White, que afirmava ser comissionada para interpretar as Escrituras, disse-me que esta era a interpretação correta, e se eu não aceitasse e assim ensinasse estaria debaixo da sua condenação?” (A. F. Ballenger, Cast Out for the Cross of Christ, 1909)
Diante dos argumentos de Ballenger esperava-se que Ellen G. White apresentasse a evidência bíblica que respaldasse a interpretação que ela havia estabelecido para a doutrina do santuário.
Mas ela não fez assim e na carta que escreveu como resposta, ela chega ao absurdo de dizer que a interpretação dela estava correta mesmo que houvessem evidências e passagens bíblicas que provassem o contrário:
“Não devemos aceitar a palavra daqueles que vêm com uma mensagem que contradiz os pontos essenciais de nossa fé. (…) Ainda que as Escrituras sejam a palavra de Deus e tenham de ser respeitadas, a aplicação delas, se tal aplicação move uma só coluna do fundamento que Deus tem sustentado nestes cinquenta anos, essa aplicação é um grande erro.” (…)“… os pontos que está tentando provar por meio da Escritura não são sólidos”(…)
“Temos a verdade, fomos dirigidos pelos anjos de Deus.” (…) “É eloquência de cada um guardar silêncio com respeito às características de nossa fé …” “Deus nunca se contradiz.”
(Ellen White, Carta 329, 1905, Selected Mesages,Vol. 1, pp. 161-162)
Comentar a carta de Ellen G. White é uma tarefa ingrata para um adventista: ela simplesmente não aceita uma interpretação diferente da dela, ainda que vinda de claras evidências bíblicas e ainda pede “silêncio”.
O irmão adventista Ballenger continuou sem mencionar“ em público seus pontos de vista sobre o santuário, e um comitê de 25 membros nomeado pela Conferência Geral para escutar-lhe informou que ele sustentava posições pessoais contrárias às da Igreja. Ele reconheceu a possibilidade deque estivesse errado e pediu que alguém indicasse a ele na Palavra de Deus onde ele havia se equivocado, mas ninguém o fez, nem nesse tempo, nem mais tarde. Ele foi privado de suas credenciais e cortado da igreja, não porque houvesse dito algo para os membros ou tivesse feito algo contra a igreja, mas porque ele cria de forma diferente.” (R. Cottrell, “A Doutrina do Santuário, ativo ou passivo?”)
Ele foi expulso da Igreja Adventista por recusar-se a pregar a doutrina do santuário. Muitos anos mais tarde, em 1984, Henry F. Brown, que foi pastor adventista por 60 anos até a aposentadoria, visitou a filha de Ballenger, uma senhora de 80 anos. Henry Brown disse que ela era uma pessoa agradável e que ela contou a ele um pouco da história do pai, de como ele foi despedido sem receber absolutamente nenhum centavo de indenização. Abandonados à própria sorte a família chorava e perguntava como seria o futuro, mas a despeito dessa dificuldade inicial depois superada, ele foi um cristão piedoso até o final de sua vida. (ElderH. F. Brown´s Personal Testimony, Dec. 5, 1984, citado en Ellen G. White – TheMyth and the Truth, por Asmund Kaspersen, capítulo 6)
Vinte e cinco anos mais tarde, W. W. Prescott (membro dos comitês ad hoc da Conferência Geral nomeados para reunir-se com os dissidentes) comentou numa carta a W. A. Spicer, que era naquela época presidente da Conferência Geral:
“Tenho esperado todos estes anos que alguém contestasse adequadamente a Ballenger, Fletcher e outros em relação a suas posições sobre o santuário, mas não vi nem ouvi nada.”
Finalizo com as palavras do próprio Ballenger, que explicou seus pontos de vista no livro Cast Outfor the Cross of Christ (Expulso por causa da cruz de Cristo]:
“Ninguém que não o tenha experimentado pode dar-se conta da angústia de espírito que envolve aquele que, durante o estudo da Palavra de Deus, encontra verdades que não se harmonizam com o que creu e ensinou durante toda a sua vida e que é vital para a salvação de almas.” (Albion F. Ballenger, Cast Out for the Cross of Christ, introdução, pp.i-iv, 1, 4, 11, 82, 106-112)
Que pena!!!
Humildemente espero que me provem o contrário do que coloquei. Provando pela Escritura, voltarei humilde ao aprisco. Todos os trechos que mencionei, posso dizer onde se encontram nos sites oficiais da Igreja.
Ennis, um grande abraço, Filipe
(Por favor, publique na íntegra minha carta)
NOSSA OBSERVAÇÃO:
(Há uma incongruência entre os programas editores que fez algumas palavras aparecerem coladas; já corrigimos em parte, mas numa segunda leitura eliminaremos esse problema)
Concordamos praticamente com tudo o que foi dito acima.
Vejo a profetisa Adventista como um estorvo no movimento Adventista.
A sua posição atual vai criar um vácuo e há o perigo de abraçar novas idéias e incorrer-nos mesmos erros que o levaram estar cativo de uma organização durante 32 anos. Não caia em religiões armadas por homens astutos.
Lembre-se que a Bíblia não apresenta nenhuma organização que vai esperar a Cristo, e o binômio da verdade é o que diz o Apocalipse: “Os que seguem a Jesus e guardam os seus mandamentos”. Apoc. 12.17
Segundo Ezequiel 34, “os que aguardam a Jesus estarão dispersos como ovelhas num dia de nuvem escura.”
www.adventistas.ws/ezequiel34.htm
Que seja um exemplo para outros adventistas que são prisioneiros de uma organização e que não tem a coragem de testemunhar o que pensam.
Extraído do site http://aodeusunico.com.br/
domingo, 23 de fevereiro de 2014
A Dor emocional de deixar uma seita
Escrito por Jan Groenveld
Traduzido e adaptado pelo website = http://buscandoverdade.weebly.com/a-dor-emocional-de-deixar-uma-seita.html
O texto a seguir reflete como membros de seitas, cultos e sistemas religiosos espiritualmente abusivos descreveram como eles se sentiram quando finalmente abandonaram seus grupos. Isso é uma amostra da dor que eles passaram, e passam, e da razão pela qual não há respostas fáceis.
Dói descobrir que você foi enganado – que o que você pensava ser a “igreja verdadeira”, a “verdade”, era na realidade uma seita.
Dói quando você descobre que as pessoas em quem você confiava cegamente – a quem você foi ensinado a não questionar - estavam na verdade te “dando uma facada pelas costas” ainda que em ignorância.
Dói quando você descobre que aqueles que foram apresentados como “inimigos” estevam de fato falando a verdade – mas você foi ensinado que eles eram mentirosos, enganadores, repressivos, satânicos, etc e que você não deveria escutá-los.
Dói quando você sabe que a sua fé em Deus não mudou [quem sabe até aumentou] – apenas a sua confiança numa organização – e ainda assim você é acusado de apostasia, de ser um criador de problemas, um “Judas”. E dói ainda mais quando é a sua própria familia e amigos que fazem essas acusações.
Dói ver que o amor e aceitação deles era condicional ao fato de você permanecer membro ativo da organização. Isso corta o coração tão profundamente que você tenta suprimir a dor. Tudo o que você quer é esquecer – mas como esquecer a sua própria família e amigos?
Dói ver os olhares de rancor e ódio vindo daqueles que você ama – escutar o silêncio ensurdecedor quando você tenta falar com eles. Dói profundamente quando você tenta abraçar um filho seu e eles ficam ali parados como uma estátua, fingindo que você não está ali. Dói profundamente quando você vê a sua esposa(o) olhar pra você como se você estivesse endemoniado e ensina os seus filhos a te odiarem.
Dói saber que você precisa começar tudo de novo. Você sente que perdeu tanto tempo! Você se sente traído, desilusionado, suspeitando de todos inclusive da família, amigos e outros ex-membros da organização à qual você pertencia.
Dói quando você se pega sentindo culpa ou vergonha do que você era – inclusive de haver saído. Você se sente deprimido, confuso, sozinho. Você sente que é difícil tomar decisões. Você não sabe o que fazer com o tempo extra que você tem agora – ainda assim você se sente culpado por passar esse tempo em algo recreativo.
Dói quando você sente que perdeu o contato com a realidade. Você se sente como se estivesse “flutuando” e se pergunta se realmente você está melhor assim e sente falta da segurança que tinha em pertencer a uma organização – ainda assim você sabe que não pode voltar pra lá.
Dói quando você se sente sozinho – quando ninguém parece entender o que você está sentindo. Dói quando você se dá conta de que a sua auto-confiança já quase não existe.
Dói quando você vê que deixou tudo por esta seita – sua educação, carreira professional, finanças, tempo e energia – e agora você tem que buscar outro emprego ou recomeçar a sua educação. Como explicar todos esses anos perdidos?
Dói porque você sabe que mesmo que você tenha sido enganado, você é responsável por ter se deixado enganar. Todo aquele tempo perdido… pelo menos isso é o que parece para você, tempo perdido.
A Dor da Perda
Abandonar uma seita/culto é como passar pela perda de um familiar ou amigo querido, ou romper um relacionamento. O sentimento pode ser descrito como uma traição feita por alguém por quem você estava apaixonado. Você se sente simplesmente usado.
Há um processo de luto pelo qual você precisa passar. Ainda que a maioria das pessoas entendem que alguém precisa estar de luto depois da morte de um ser querido, eles acham difícil entender que o mesmo se aplica a uma situação como esta. Não existe cura instantânea para o luto, confusão e dor. Como todo período de luto, só o tempo pode trazer cura.
Alguns se sentem culpados ou errados em quanto a esse sentimento de luto. Não deveriam – é NORMAL. Não é errado se sentir confuso, inseguro, desilusionado, culpado, com raiva, desconfiado – tudo isso faz parte do processo de cura. Com o tempo, os sentimentos negativos são trocados por sentimentos de paz, alegria, claridade de pensamento, confiança.
Sim, dói… mas as dores passarão com o tempo, paciência e compreensão. Existe vida depois da seita.
© 1985, 1995 Jan Groenveld
Copyright © 1995-2010 Cult Awareness and Information Centre
Fonte: http://www.caic.org.au/leaving/ithurts.htm
O texto a seguir reflete como membros de seitas, cultos e sistemas religiosos espiritualmente abusivos descreveram como eles se sentiram quando finalmente abandonaram seus grupos. Isso é uma amostra da dor que eles passaram, e passam, e da razão pela qual não há respostas fáceis.
Dói descobrir que você foi enganado – que o que você pensava ser a “igreja verdadeira”, a “verdade”, era na realidade uma seita.
Dói quando você descobre que as pessoas em quem você confiava cegamente – a quem você foi ensinado a não questionar - estavam na verdade te “dando uma facada pelas costas” ainda que em ignorância.
Dói quando você descobre que aqueles que foram apresentados como “inimigos” estevam de fato falando a verdade – mas você foi ensinado que eles eram mentirosos, enganadores, repressivos, satânicos, etc e que você não deveria escutá-los.
Dói quando você sabe que a sua fé em Deus não mudou [quem sabe até aumentou] – apenas a sua confiança numa organização – e ainda assim você é acusado de apostasia, de ser um criador de problemas, um “Judas”. E dói ainda mais quando é a sua própria familia e amigos que fazem essas acusações.
Dói ver que o amor e aceitação deles era condicional ao fato de você permanecer membro ativo da organização. Isso corta o coração tão profundamente que você tenta suprimir a dor. Tudo o que você quer é esquecer – mas como esquecer a sua própria família e amigos?
Dói ver os olhares de rancor e ódio vindo daqueles que você ama – escutar o silêncio ensurdecedor quando você tenta falar com eles. Dói profundamente quando você tenta abraçar um filho seu e eles ficam ali parados como uma estátua, fingindo que você não está ali. Dói profundamente quando você vê a sua esposa(o) olhar pra você como se você estivesse endemoniado e ensina os seus filhos a te odiarem.
Dói saber que você precisa começar tudo de novo. Você sente que perdeu tanto tempo! Você se sente traído, desilusionado, suspeitando de todos inclusive da família, amigos e outros ex-membros da organização à qual você pertencia.
Dói quando você se pega sentindo culpa ou vergonha do que você era – inclusive de haver saído. Você se sente deprimido, confuso, sozinho. Você sente que é difícil tomar decisões. Você não sabe o que fazer com o tempo extra que você tem agora – ainda assim você se sente culpado por passar esse tempo em algo recreativo.
Dói quando você sente que perdeu o contato com a realidade. Você se sente como se estivesse “flutuando” e se pergunta se realmente você está melhor assim e sente falta da segurança que tinha em pertencer a uma organização – ainda assim você sabe que não pode voltar pra lá.
Dói quando você se sente sozinho – quando ninguém parece entender o que você está sentindo. Dói quando você se dá conta de que a sua auto-confiança já quase não existe.
Dói quando você vê que deixou tudo por esta seita – sua educação, carreira professional, finanças, tempo e energia – e agora você tem que buscar outro emprego ou recomeçar a sua educação. Como explicar todos esses anos perdidos?
Dói porque você sabe que mesmo que você tenha sido enganado, você é responsável por ter se deixado enganar. Todo aquele tempo perdido… pelo menos isso é o que parece para você, tempo perdido.
A Dor da Perda
Abandonar uma seita/culto é como passar pela perda de um familiar ou amigo querido, ou romper um relacionamento. O sentimento pode ser descrito como uma traição feita por alguém por quem você estava apaixonado. Você se sente simplesmente usado.
Há um processo de luto pelo qual você precisa passar. Ainda que a maioria das pessoas entendem que alguém precisa estar de luto depois da morte de um ser querido, eles acham difícil entender que o mesmo se aplica a uma situação como esta. Não existe cura instantânea para o luto, confusão e dor. Como todo período de luto, só o tempo pode trazer cura.
Alguns se sentem culpados ou errados em quanto a esse sentimento de luto. Não deveriam – é NORMAL. Não é errado se sentir confuso, inseguro, desilusionado, culpado, com raiva, desconfiado – tudo isso faz parte do processo de cura. Com o tempo, os sentimentos negativos são trocados por sentimentos de paz, alegria, claridade de pensamento, confiança.
Sim, dói… mas as dores passarão com o tempo, paciência e compreensão. Existe vida depois da seita.
© 1985, 1995 Jan Groenveld
Copyright © 1995-2010 Cult Awareness and Information Centre
Fonte: http://www.caic.org.au/leaving/ithurts.htm
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Será que Deus é culpado?
Finalmente a verdade é dita na TV Americana.
'Como é que Deus teria permitido algo horroroso assim acontecer no dia 11 de setembro?'
Anne Graham deu uma resposta profunda e sábia:
'Eu creio que Deus ficou profundamente triste com o que aconteceu, tanto quanto nós.
Por muitos anos temos dito para Deus não interferir em nossas escolhas, sair do nosso governo e sair de nossas vidas.
Sendo um cavalheiro como Deus é, eu creio que Ele calmamente nos deixou.
Como poderemos esperar que Deus nos dê a sua benção e a sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco?'
À vista de tantos acontecimentos recentes; ataque dos terroristas, tiroteio nas escolas, etc...
Eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O'hare (que foi assassinada), se queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas Americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião.
Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas...
A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. E nós concordamos com esse alguém.
Logo depois o Dr.. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto estima (o filho dele se suicidou) e nós dissemos:
'Um perito nesse assunto deve saber o que está falando'.
E então concordamos com ele.
Depois alguém disse que os professores e diretores das escolas não deveriam disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal.
Então foi decidido que nenhum professor poderia tocar nos alunos...(há diferença entre disciplinar e tocar).
Aí, alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem.
E nós aceitamos sem ao menos questionar.
Então foi dito que deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas, quantas eles quisessem para que eles pudessem se divertir à vontade.
E nós dissemos: 'Está bem!'
Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia e uma apreciação natural do corpo feminino.
Depois uma outra pessoa levou isso um passo mais adiante e publicou fotos de Crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição da internet.
E nós dissemos:
'Está bem, isto é democracia, e eles tem o direito de ter liberdade de se expressar e fazer isso'.
Agora nós estamos nos perguntando porque nossos filhos não têm consciência e porque não sabem distinguir o bem e o mal, o certo e o errado;
porque não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas de classe ou a si próprios...
Provavelmente, se nós analisarmos seriamente, iremos facilmente compreender:
nós colhemos só aquilo que semeamos!!!
Uma menina escreveu um bilhetinho para Deus:
'Senhor, porque não salvaste aquela criança na escola?'
A resposta dele:
'Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!!!'
É triste como as pessoas simplesmente culpam a Deus e não entendem porque o mundo está indo a passos largos para o inferno.
É triste como cremos em tudo que os Jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia, ou do que a sua religião, que você diz que segue ensina.
É triste como alguém diz:
'Eu creio em Deus'.
Mas ainda assim segue a satanás, que, por sinal,também 'Crê' em Deus.
É engraçado como somos rápidos para julgar mas não queremos ser julgados!
Como podemos enviar centenas de piadas pelo e-mail, e elas se espalham como fogo, mas, quando tentamos enviar algum e-mail falando de Deus, as pessoas têm medo de compartilhar e reenviá-los a outros!
É triste ver como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na internet, mas uma discussão pública a respeito de Deus é suprimida rapidamente na escola e no trabalho.
É triste ver como as pessoas ficam amantes de Cristo no domingo, mas depois se transformam em cristãos invisíveis pelo resto da semana.
Gozado que nós nos preocupamos mais com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito do que com o que Deus pensa...
https://www.facebook.com/AbaixoADiscriminacaoReligiosaEmAngola?ref=tn_tnmn
Veja o que Deus fala no salmo cap 81 verc 11-12
O desejo de Deus é que nos ouvisimos a Sua voz .
Já a humanidade se recusa a ouvilo então,
ficamos a merce das nossas escolhas.
Copiado de http://thaisottesen.blogspot.com.br/2013/04/sera-que-deus-e-culpado.html
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Depoimento de Phillipe Hotman
"Como alguém pode deixar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a não ser por estar fraco na fé?" Esta era a pergunta que eu fazia quando achava que alguém estava prestes a deixar o barco da única igreja verdadeira.
Infância e Adolescência
Minha história pessoal se confunde e se mescla com a história da igreja nas últimas quatro décadas no Brasil. Na minha infância, um colportor levou os livros da Igreja até minha casa, de tal forma que, após alguns anos, estávamos frequentando a Igreja Adventista, onde prosseguimos nos últimos quarenta anos.
Minha história pessoal se confunde e se mescla com a história da igreja nas últimas quatro décadas no Brasil. Na minha infância, um colportor levou os livros da Igreja até minha casa, de tal forma que, após alguns anos, estávamos frequentando a Igreja Adventista, onde prosseguimos nos últimos quarenta anos.
Como dedicados
adventistas, meus irmãos e eu participávamos de tudo na Igreja,
inclusive do clube dos desbravadores. Aos quinze anos eu já havia lido
“O Grande Conflito”, “Mensagens aos Jovens” e vários outros livros da
Igreja e da sra. White. Naquela época, ainda éramos os ‘Missionários
Voluntários’ (depois o nome mudou para Jovens Adventistas).
A Igreja Adventista que frequentei nos anos 1970
A Igreja que eu
frequentei e vivi plenamente, pregava com entusiasmo várias coisas. Nos
estudos bíblicos que recebemos e nas pregações da Igreja aprendemos que o
papa era a cabeça da Besta do Apocalipse e a Igreja Católica era a
Besta que emerge do Mar. A Igreja Adventista era a única igreja
verdadeira, pois era a única que guardava os dez mandamentos de Deus.
Além disso, tínhamos uma profetisa infalível. Fomos informados que havia
um plano ecumênico em andamento para a união das igrejas, mas a igreja
adventista jamais se uniria a elas, pois nem mesmo fazíamos parte do
Conselho Mundial das Igrejas. Todas as profecias da nossa profetisa
tinham se cumprido e outras ainda iriam se cumprir e isso nos fazia
sentir muito seguros.
Na época
comentava-se muito sobre o fato da Igreja Adventista ser a segunda
instituição mais organizada do mundo, atrás apenas da SHELL numa
pesquisa feita nos Estados Unidos. O livro de nossa profetisa sobre a
vida de Jesus (O Desejado de todas as nações) era considerado a melhor
história já contada da vida de Jesus por alguém muito importante que
trabalhava na Biblioteca do Congresso Americano. Sabíamos também que
dentre os adventistas mais consagrados, no tempo do fim estariam os
144.000, e cada um de nós se esforçava pra estar entre eles.
Participávamos das
caravanas dos Festivais de Fé, das reuniões de Koinonia e cada notícia
mais alarmante era para nós um sinal evidente do fim do mundo e isso era
amplamente pregado e comentado por várias semanas. Aguardávamos e
comentávamos com ares de surpresa e inquietação qualquer notícia
relacionada ao domingo, ansiosos pelo decreto dominical. Pois para nós, a
guarda do domingo era um sinal da besta. Em cada sábado à tarde, líamos
porções do livro Mensagens aos Jovens, procurando ver em qual ponto
deveríamos nos aperfeiçoar ainda mais.
E eu, como um ótimo
adventista, acreditava e procurava viver plenamente tudo. Minha
dedicação também se refletia na minha frequência, pois eu não perdia um
único culto. Observando o meu comportamento, vários membros da Igreja
diziam que eu deveria ir para um de nossos internatos e estudar para ser
pastor da Igreja.
Um fato estranho
Mas antes que eu
tomasse tal decisão, aconteceu algo estranho em minha Igreja, que era a
sede do distrito em nossa cidade no interior de Santa Catarina: alguns
membros foram afastados da Igreja pelo pastor por um motivo inusitado. O
que me surpreendeu foi que estes irmãos eram muito zelosos e me
pareciam adventistas e cristãos autênticos.
Curioso, perguntei a
um dos líderes sobre o caso e ele me disse que o motivo era
‘apostasia’. E completando, recomendou-me que não me aproximasse de
forma alguma desses ex-membros. Não satisfeito com a resposta, pois eu
não podia entender como irmãos tão zelosos poderiam ter se apostatado,
perguntei a uma pessoa que ainda era amiga de um dos (agora)
ex-adventistas. Ela disse-me que era por que eles estavam seguindo as
ideias de um pesquisador adventista chamado Desmond Ford que contestava
importantes doutrinas da Igreja. Diante dessa explicação, julguei que a
Igreja tinha procedido corretamente naquele caso e tranquilizei-me sobre
o assunto.
No Internato
Fui para um de
nossos colégios, buscando preparar-me ainda mais espiritualmente para
seguir a carreira ministerial que me aguardava. Após concluir o segundo
grau, transferi-me para um dos dois internatos que ofereciam o curso de
Teologia.
Sonho dos sonhos:
eu, um simples jovem do interior do Brasil, estava ali no Seminário da
Igreja que eu amava, preparando-me para ser um pastor. Tudo ocorria de
forma maravilhosa e busquei aproveitar ao máximo o curso. Gostava muito
das aulas do professor de Daniel e Apocalipse que frequentemente
repetia: “Um texto fora do contexto é um pretexto”.
Da época do teológico, além das boas lembranças, dois incidentes, completamente distintos, trouxeram-me alguma perturbação.
Um colega de quarto
um dia me chamou e leu um trecho de Ellen White, perguntando-me se eu
achava que aquelas eram palavras de uma pessoa inspirada por Deus. O
trecho em questão tratava Jesus como infantil e fraco, e eu disse ao
colega que devia ser um erro de tradução. É claro que ele não ficou
satisfeito, mas eu procurei ‘esquecer’ o assunto, pois não queria,
conforme o dito popular, colocar ‘minhoca’ em minha cabeça.
Em outra ocasião,
um professor do Teológico, Doutor em Teologia, recém-chegado da Andrews
University, foi afastado do curso e excluído por ensinar em classe,
doutrinas conflitantes com as defendidas pela Igreja. Outro professor,
também Doutor em Teologia e professor de Oratória, foi afastado do curso
e forçado a se aposentar porque gostava de falar ‘umas verdades’ que
desagradavam a liderança do colégio e da obra. Eu gostava destes
professores e me entristeci com estes fatos.
Achava essas coisas
estranhas, mas eu era jovem e meu foco era para mim muito claro: ser
pastor da Igreja. Formei-me e fui chamado: meu sonho estava se
realizando.
Até que durou muito
Como pastor,
aprofundei ainda mais meus estudos para preparar meus sermões e logo
encontrei um foco para minhas mensagens: vida saudável, trabalho
missionário, leitura dos livros do espírito de profecia e fidelidade aos
princípios da igreja.
Mas o conhecimento
aliado a inteligência é perigoso na Igreja Adventista. Ao estudar com
diligência e oração, logo começaram minhas dúvidas e inquietações em
questões que envolviam Ellen White e as doutrinas. E das suas, uma: ou
eu encontrava uma maneira de silenciar minhas inquietações, ou teria
problemas.
E durante vários
anos eu escolhi silenciar minhas inquietações com paliativos que à época
pareciam satisfatórios: Ellen White era uma profetiza inspirada por
Deus – logo suas palavras tinham o mesmo peso dos profetas bíblicos; a
Igreja devia ter um bom motivo para acreditar dessa maneira; a Igreja
Adventista era a igreja verdadeira e cumpria um papel singular na
história do mundo; era meu emprego, minha carreira, minha escolha de
vida, afinal de contas.
Outra coisa que me
inquietava eram os erros, mandos e desmandos que eu via em diferentes
setores da ‘obra’. Havia também uma inquietação entre vários obreiros
das missões: o peso ‘morto’ que na época significavam as uniões, que
apenas repassavam orientações vindas da divisão para as associações e
missões. Mas eu novamente me tranquilizava afirmando para mim mesmo que
‘fora’ da obra, deveria ser muito pior, e que aquelas pessoas e os
dirigentes que faziam coisas erradas e tomavam decisões que prejudicavam
a obra e a igreja como um todo, no juízo final teriam de Deus a justa
recompensa por suas más obras.
Experiência Frustrante
Realizando uma
semana especial sobre o Espírito de Profecia, uma das senhoras, membro
de nossa Igreja, trouxe uma inquietação: ela estava entusiasmada com a
semana de oração e foi tentar evangelizar seu bairro. Nessas tentativas,
sua vizinha lhe disse que não acreditava na profetiza adventista, pois
Ellen White era racista.
Tranquilizei a irmã
dizendo que aquilo era um absurdo, e que a vizinha dela mostrava apenas
preconceito contra a Igreja e um total desconhecimento dos escritos da
sra. White. A irmã adventista se deu por satisfeita com minha resposta
superficial, mas eu não. Comecei a revirar meus livros em busca das
referências sobre o assunto, disposto a provar que o que eu disse era
correto, como era do meu costume.
Mas fiquei
desapontado com o que encontrei, pois mesmo considerando o contexto dos
Estados Unidos do século XIX, aquelas afirmações presentes nos ‘escritos
inspirados’ eram claramente racistas. Não voltei a falar no assunto com
a irmã e fiquei feliz por que ela não me procurar para falar sobre
isso. A partir desse incidente, minha consciência não mais me deixou
tranquilo com relação a Ellen White e comecei a centrar minhas pregações
apenas na Bíblia.
Administração
Após alguns anos,
convidado pela própria organização, deixei o ministério e dediquei-me a
atividades administrativas. Sentindo-me cada vez mais apto e vocacionado
para esse tipo de trabalho (as atividades administrativas), após alguns
comecei a considerar a possibilidade de abrir minha própria empresa num
ramo específico de negócios. Na administração conheci mais de perto
algumas coisas na obra com as quais muitos adventistas não concordariam.
Comecei a desejar não trabalhar na ‘obra’. Minha família e eu oramos
muito sobre isso.
Após muita reflexão
e oração, decidi deixar a obra, fundar minha empresa e servir a Deus
como um simples membro de Igreja, atuando como fosse necessário, tanto
fazia se fosse um professor da escola sabatina ou um ancião. Por outro
lado, minha futura empresa parecia-me um lugar onde eu poderia criar um
bom ‘ambiente de obra’.
Enfim, tudo
indicava que eu serviria melhor a Deus fora da organização. Voltei para a
capital do meu estado e comecei meu empreendimento, sem me descuidar
das coisas da igreja, pois além de ajudar na liderança local da
congregação, eu dava muitos estudos bíblicos e pregava frequentemente.
Mais Inquietações
Livre das amarras
organizacionais, dei vazão ao meu desejo de investigar e pesquisar
qualquer assunto que me viesse, mantendo sempre um lema que aprendi com o
apóstolo Paulo: “Examinai tudo, retende o que é bom”. Além dos livros, a
internet estava agora disponível a todos e a Igreja facilitou nesse
ponto, pois os sites organizacionais transformaram-se em ferramentas de
informação e evangelização.
As pesquisas
traziam, entretanto, cada vez mais surpresas e decepções. No site da
Igreja, com tristeza, descobri pela primeira vez que Ellen White havia
copiado indiscriminadamente de outros autores e que, ao longo de vários
anos e décadas, tanto ela como a administração da Igreja negaram esse
fato. Além disso, também fiquei sabendo pela primeira vez que ela havia
feito várias profecias que não haviam se cumprido e que deixara como
herança para filhos, netos e bisnetos, o fruto de seu dom espiritual,
quando em seus escritos, ela mesma recomendava o contrário. Vi pelo site
do Centro White que ela mentira para José Bates a fim de ganhá-lo para a
Igreja. Senti-me muito mal e de verdade, chorei por dentro.
Minha geração foi
educada no conceito de que Ellen White era uma cristã devota, uma pessoa
tremendamente espiritual, inspiradora e que jamais poderia (pelo menos
na idéia que a Igreja passara para nós) fazer coisas daquela natureza.
Eu pensava e
questionava: como e porque a Igreja não me contou essas coisas? Afinal
de contas, eu havia estudado no Seminário da Igreja e, se havia algo
para esconder dos membros de uma forma geral (o que não seria correto),
nada deveria ser escondido dos pastores. Eu simplesmente não conseguia
entender.
Nessa ocasião
descobri que a maioria dos sites na internet que falam sobre Ellen White
pertence a ex-adventistas que criticam os escritos e o ministério dela.
Mente Aberta
Foi aí que uma
simples constatação fez meu espanto e surpresa atingir o ápice: todas as
inconsistências, incoerências, erros, mentiras e enganos estão
apresentados nos sites oficiais da Igreja e do Espírito de Profecia,
(logicamente) com as respectivas explicações defendendo Ellen White e os
pontos de vista da Igreja. Em outras palavras, os administradores devem
ter pensado: já que as críticas se baseiam em coisas, escritos e fatos
reais, vamos colocá-los nos sites oficias da igreja, mas vamos defender
Ellen White em cada uma das questões, acusações e problemas.
Emagreci de
nervosismo e tristeza, pensando durante muito tempo em como aquelas
coisas poderiam ser possíveis. Aflito, mas com oração e genuinamente
decidido a não permitir que aquilo abalasse minha fé, decidi investigar
ainda mais. Por outro lado, comecei a reler a Palavra de Deus, buscando
crescer apenas por ela.
Decidi continuar
minhas pesquisas da mesma forma que eu já vinha conduzindo: somente
investigar pelas fontes da Igreja e não pelos críticos.
Ou seja, se um
membro decide ‘investigar’, basta ele ler as fontes bibliográficas e o
próprio site da Igreja. Embora possa parecer simples, pois fui aos
poucos percebendo as incoerências, acredito que a maioria dos membros
está condicionada a ver apenas o que querem ver.
Ao relembrar como
eu mesmo tinha me calado e tampado meus ouvidos para coisas evidentes,
vi que minha própria experiência revelava como as pessoas só veem o que
estão preparadas para ver.
Além disso, os
adventistas não são diferentes das pessoas em geral, pois a ‘verdade’
para eles acaba sendo uma questão de quem dá as explicações que
‘parecem’ mais convincentes.
Descobertas
Ao longo de seis meses, descobri mais sobre a Igreja Adventista e suas doutrinas do que em quase quarenta anos de adventismo.
Não pude entender
como eu não havia aberto os olhos para aquelas questões. Aí me lembrei
tanto de meu colega do teológico, como daquela irmã que trouxera a mim a
questão do racismo nos escritos inspirados e vi que, durante muitos
anos, eu havia consciente e inconscientemente me recusado a ‘arrazoar’ e
‘questionar’ estes temas sensíveis.
Abalo sísmico
Percebi com muita
clareza que várias doutrinas e subdoutrinas adventistas não estavam
fundamentadas na Bíblia, mas sim nos escritos de Ellen White, como o
decreto dominical, o juízo investigativo, a perfeição dos santos sem um
mediador, o selo de Deus, o dízimo e ainda várias questões relativas a
1844 e ao santuário.
Descobri que temos
um ‘Talmude’ Sabático Adventista, com centenas de advertências,
indicações, regras e orientações que se deve do que não se deve fazer no
sábado, e o quanto isso foge do simples ensinamento bíblico do sábado
passado por Jesus Cristo. Vi que do púlpito, em variadas ocasiões
criticamos os judeus por seu legalismo e regras absurdas sobre o sábado,
mas com tristeza, percebi que criamos as nossas próprias regras
legalistas.
Claro que o sábado é
sagrado e deve ser observado. Mas Ellen White, à semelhança dos judeus,
tornou a observância desse dia um fardo. Eu não pensava assim, mas isso
é porque eu não havia lido e nem tentado seguir todas as recomendações
que ela faz.
Descobri que os
pioneiros adventistas não entrariam na Igreja Adventista de hoje e isso
me chocou. Como é possível que Tiago White, José Bates, John Andrews e
John Loughbourough não aceitariam ser adventistas? Mas isso está
revelado na própria literatura da Igreja, em função da mudança de várias
doutrinas.
Ellen White e a Verdade
Atônito com tantas
revelações e descobertas, decidi analisar a fundo todas as informações
divulgadas pelo Centro de Pesquisas Ellen G. White. O incrível é que no
site oficial está tudo, tudo mesmo (www.whitestate.org).
Há demasiadas
evidências que mostram que ela não era de fato uma profetisa. Suas
visões não seguem o padrão bíblico como alguns historiadores adventistas
querem fazer parecer e ela não passa nem mesmo no teste estabelecido
pela própria igreja para um profeta verdadeiro.
Quando comparada
com os profetas bíblicos, Ellen White teve visões em excesso (mais de
duas mil) e numa infeliz coincidência, em quase todas as vezes, ela só
tinha a visão depois de ter tido contato com pessoas ou assuntos que
foram o tema da visão. Em outras palavras, suas visões não eram uma
antecipação como os historiadores e teólogos tentam fazer-nos acreditar,
mas simples ‘confirmações’ de assuntos em pauta.
E se nos basearmos
na narrativa oficial, ela teve até quarenta vezes mais visões do que
todos os profetas bíblicos juntos e isso não faz o menor sentido. (EGW -
2000 visões. Profetas e Apóstolos - 50 visões).
Ellen White relata
mais de cem encontros com "anjos" ao passo que, somados todos os
encontros ou visões de todos os personagens bíblicos que envolviam
anjos, teremos apenas quarenta e dois encontros (em toda a Bíblia).
Ao contrário do que
diz o livro “Nisto Cremos”, Ellen White teve visões que resultaram em
várias afirmações e doze profecias que não se cumpriram, além de se
contradizer diversas vezes e fazer afirmações contrárias às encontradas
nas Escrituras.
Ellen White
afirmava estar sendo 'inspirada' pelo Espirito Santo e dizia que recebia
muitas vezes 'as palavras diretamente do anjo' ao mesmo tempo em que
copiava de outros autores sem dar-lhes o devido crédito. E ela negou
esse fato explicita ou implicitamente diversas vezes numa atitude que
pode ser facilmente classificada como hipocrisia ou falsidade. Ou seja,
ela "copiava" trechos das obras de outros autores e depois afirmava
tranquilamente que isso veio do "Senhor".
Ellen White
apoderou-se de escritos e pensamentos alheios para montar seus livros e
exigiu para si direitos autorais que depois foram repassados aos seus
filhos, netos e bisnetos. Será que há dúvidas de que ela 'comercializou'
o dom profético ao deixar um ‘testamento’ dos direitos autorais?
Sob 'inspiração
divina' Ellen White afirmou verdadeiras barbaridades científicas sobre a
amalgamação entre homens e animais, masturbação, perucas, cosméticos,
planetas, estrelas, vulcões, etc. Também falou coisas das quais a
maioria dos adventistas se envergonharia em questões ligadas ao racismo e
a educação de crianças.
Se os fiéis de
qualquer congregação se escandalizam com os pastores que pregam o que
não vivem, imagine o que pensariam da "mensageira do Senhor" que falava
contra a carne e continuava fazendo uso dela? Isto sem contar as ostras,
o camarão, a manteiga, o queijo, os ovos, etc., tudo depois da visão da
reforma da saúde e no mesmo momento que os seus escritos recomendavam o
contrário. Em se tratando desse assunto, por mais de quarenta anos,
Ellen White pregou, condenou pastores, criticou membros, mas não viveu a
mensagem de saúde.
Fiquei pasmo ao
saber que ela fez uso de informações passadas por terceiros para
escrever cartas de admoestação a outras pessoas e tratava essas
informações como vindas de Deus. E como explicar seu sonho no qual Tiago
White, já falecido, lhe dá conselhos como numa visão espírita, e ela
atribui isso a Deus?
Ela disse que
recebeu em visão as orientações divinas sobre a doutrina da porta
fechada (doutrina que limitava a salvação ao grupo envolvido no episódio
de 1844) e durante muitos anos pregou sobre isso. Mas depois ela mesma
negou a validade dessa doutrina.
Para mim foram
muitas coisas, muitas descobertas, muita frustração, muito sofrimento
para quem aprendeu a amar Ellen White como uma profetisa de Deus para a
Igreja remanescente. Como fruto de minhas pesquisas surgiu um documento
de mais de 100 páginas com todos os assuntos, comentários e itens de
pesquisa e suas respectivas fontes (1).
Esclarecimento e Enfermidade
Diante de tudo
isso, fui forçado, não porque eu queria, mas pelo peso das evidências, a
concluir que Ellen G. White não era uma profetiza inspirada por Deus.
Isso não foi fácil, mas acreditar de forma diferente à luz de todas
essas revelações a partir das fontes oficiais seria uma insanidade.
Fiquei depressivo,
doente e emagreci como resultado de minhas pesquisas. A Igreja e a
profetiza que eu tanto amava tinham me decepcionado em alto grau. A
única força que eu possuía, felizmente, estava na Bíblia e foi ela que
me deu forças para atravessar esse período difícil de descobertas.
Muitos anos
Numa retrospectiva,
percebi que durante várias décadas, eu havia sido um fiel e dedicado
membro da igreja, tendo levado muitas pessoas a aceitarem a fé
adventista. Eu dedicara toda a minha vida a essa Igreja.
Aflito, resolvi me
abrir com o pastor local, que parecia uma pessoa muito confiável e falei
com ele das minhas inquietações. Comecei apenas com um assunto.
Falei-lhe sobre a falta de lógica do juízo investigativo e da falta de
embasamento bíblico para essa doutrina. Para minha surpresa, ele disse
que não acreditava no juízo investigativo e jamais pregava sobre esse
tema. Ufa, pensei, que bom, então podemos prosseguir.
Então conversamos
sobre Ellen White durante várias horas, onde eu apresentava
progressivamente minhas dúvidas, tanto com relação ao seu dom, como aos
seus escritos, sempre a partir das informações do site da Igreja. Ele me
ouviu atentamente e disse que iria checar no site para ver se as coisas
eram como eu estava falando.
Dias depois
encontrei-me com ele, ansioso para saber a que ponto a ‘pesquisa’ o
havia levado. Atentamente ouvi ele me dizer que acreditava que todas
aquelas informações faziam parte de uma grande conspiração e complô para
desmerecer o Espírito de Profecia. Calado e incrivelmente surpreso,
mudei de assunto e vi que a tarefa de esclarecer outros era bem mais
difícil do que eu poderia imaginar.
Procurando Outros
Tentei, com muito
critério, partilhar um pouco com outros irmãos que eu julgava
esclarecidos, mas eles me olharam como um louco. O que estava
acontecendo? Por que meus irmãos de fé não me davam ouvidos? Porque,
mesmo tendo as informações disponíveis, vindas de fontes confiáveis,
eles não buscavam saber a verdade?
Percebi que a
questão é intrigante e grave, e que o maior problema não era o acesso
deles a essas informações embaraçosas. A questão era outra.
Percebi que a
mentalidade deles estava aprisionada no modelo de vida adventista: no
sistema de valores, na visão estratificada, estagnada e acima de tudo
aprisionada nos lemas e slogans adventistas (“Nos temos a verdade";
"Somos o Israel moderno"; "Somos o povo da profecia"; "Temos uma luz
maior"; "Somos a Igreja de Laodiceia") e isso praticamente os impedia de
pensar. Isso mesmo: o adventista simplesmente aceita todo aquele
conjunto de crenças sem pensar, sem analisar a fundo. A Igreja traz
conforto, limites e segurança e isso é suficiente para praticamente
todos. Para eles, a verdade de fato, ou, sendo redundante, a verdadeira
verdade é apenas um detalhe.
Movimentos Paralelos
Sem dúvida, em
minha pesquisa, acabei me deparando com movimentos independentes que se
afastaram da Igreja por questionar alguns dos pontos que mencionei. A
princípio pensei que, se a Igreja não tinha razão, então eles deveriam
ter. Mas, ‘gato escaldado’, pus-me a analisar estes grupos e seus
ensinamentos antes de me envolver com eles. Descobri que quase todos são
ferrenhos na defesa dos escritos do Espírito de Profecia. Isso para
mim, por si só, já invalidava os esforços deles, depois de tudo o que
descobri de Ellen White.
O que fazer?
Ir a Igreja
tornou-se um dilema, pois em cada sermão, lá vinha a mesma expressão de
dependência e apoio nos escritos de Ellen White (“... de acordo com o
Espírito de profecia..., a irmã White disse...”). E, com menos
frequência, ouvia algumas pregações de doutrinas sem embasamento
bíblico.
O que fazer?
Tentar esclarecer
os outros irmãos tornou-se uma tarefa ingrata: em sua maioria, as
pessoas não estão de fato interessadas na verdade, apenas em conforto e
acolhimento.
Ficar ou não ficar na Igreja?
Em minhas pesquisas, algo me intrigava.
Por que pessoas
capazes e questionadoras como W.W. Prescott, Desmond Ford, Sammuelle
Bachiochi e Raymond Cottrell apontaram ou apontam falhas em nossas
doutrinas e interpretações proféticas e permaneceram ainda assim na
Igreja Adventista?
Porque Fletcher e Conradi continuaram a crer na integridade básica da mensagem adventista mesmo após serem desligados?
Porque Walter Rea
acreditava até o momento em que foi tirada a sua credencial de pastor,
que poderia permanecer como obreiro na Igreja Adventista ao tentar
‘destruir’ o mito Ellen G. White?
Por que Dirk
Anderson, um dos maiores críticos de Ellen G. White na atualidade, em
seu depoimento pessoal não aconselha as pessoas a saírem da Igreja
Adventista (pelo menos não diretamente)?
Por quê?
Mas está certo
permanecer numa igreja que negou suas raízes, modificou suas doutrinas,
apoia (com conhecimento) as inúmeras irregularidades nas questões que
envolvem Ellen White?
Está certo
permanecer na Igreja depois de se conscientizar que ela se tornou mais
legalista com relação a diversos critérios (sábado, exclusão por crenças
individuais diferentes [trindade]) e moralmente duvidosa em outros
(apoio do aborto em hospitais adventistas americanos, mal uso de
recursos ‘sagrados’, acobertamento de erros e trapaças dos líderes)?
Existe uma Religião Verdadeira?
Existe uma Religião
cujas doutrinas, interpretação profética e linha de ação possam ser
analisadas ponto a ponto diante da palavra de Deus e sair completamente
aprovada?
Na verdade, quando
se lê o Novo Testamento só se consegue ter certeza da existência de um
povo espalhado pelo mundo, que constitui a “igreja de Deus e de Cristo”.
Três textos são suficientes:
“Mestre, vimos um homem que em Teu Nome expulsava demônios, e nós lho proibimos, porque não nos seguia. Jesus, porém, respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em Meu Nome e possa logo depois falar mal de Mim; pois quem não é contra nós, é por nós. Portanto, qualquer que vos der a beber um copo de água em Meu Nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa.” Marcos 9: 38-40
O segundo texto é Atos 10:35: “Em cada nação Deus tem aqueles que o adoram, praticam boas obras e são aceitáveis a Ele.”
E o último e mais
incisivo: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é
esta; Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se
incontaminado do mundo”. Tiago 1:26-27.
Assim, concluí que
existe um povo remanescente espalhado pela face da Terra, que vive a
virtude, crê em Deus e naquele dia maravilhoso, será levado para o céu.
Finalizando
Comecei essa
narrativa de minha experiência com a pergunta "Como alguém pode deixar a
Igreja Adventista do Sétimo Dia, a não ser por estar fraco na fé?"
Eu sei a resposta. Pessoas fortes na fé também saem da Igreja Adventista.
Buscando a verdade
de coração e com fé, uma pessoa sincera e de mente aberta, ao encontrar
as respostas, certamente deixará a Igreja Adventista, por não aceitar
conviver com todas essas irregularidades e erros. Mas pode ser que
alguém ainda queira permanecer para ajudar os que estão lá.
Minha Decisão: seguir a Cristo
Depois de muita
reflexão, oração e conversas com minha família, decidi sair da Igreja,
pois não encontrei um caminho melhor para seguir a Cristo. Hoje sou um
cristão que vive plenamente a mensagem de Apocalipse 14:12 (um
remanescente que guarda os mandamentos de Deus e mantem a fé em Jesus).
Não quero em mim
nenhum rótulo de Igreja e Instituições. Estou muito feliz e seguro na
mensagem bíblica. Ainda tenho muito carinho pelos adventistas, mas não
sou mais um deles. Sou apenas e tão somente um cristão, com muita fé em
Deus, amor a sua palavra e satisfação de seguir a Cristo.
Abraços
Phillipe Hotman
Fonte: http://adventismoexposto.blogspot.com.br/2012/04/depoimento-de-phillipe-hotman.html
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